Moradores das ruas Machado de Assis e Monteiro Lobato, na Vila Marta, em Curitiba, estão bastante revoltados. Há cerca de dois anos, eles aderiram a um plano comunitário de asfaltamento das ruas, mas até agora as obras não foram executadas.
Na época, cada pessoa se comprometeu a pagar um valor de R$ 538 à vista ou parcelado em até doze vezes. Então, a Prefeitura ficaria responsável por realizar a base do asfalto e a empreiteira Rafael Greca e Filhos por concluir o asfaltamento em cerca de 850 metros da Monteiro Lobato e 650 da Machado de Assis. “No contrato, ficou especificado que as obras teriam início quando 50% do valor total do plano fosse quitado, o que aconteceu há cerca de um ano”, revela o presidente da Associação de Moradores da Vila Marta, José Schmitz. “A Prefeitura fez a sua parte, mas a empreiteira não cumpriu com o combinado, alegando que estava com dificuldades para comprar um componente do asfalto em função da alta do petróleo.”
Sem aceitar a justificativa da empreiteira e após terem pago boa parte do valor combinado, os moradores ainda aguardam ansiosamente o asfalto. Alguns chegaram a pagar pela colocação de meio-fio na frente de suas casas na expectativa de que as ruas deixassem de ser de terra. É o caso do motorista José Jair, que há sete anos mora na Monteiro Lobato. “Estou dependendo do asfaltamento para poder arrumar a entrada da minha casa”, afirma. “Já terminei de pagar os R$ 538, em dez parcelas, e até agora nada.”
Para o pedreiro José Barbosa, que é vizinho de José Jair e há treze anos mora no local, os principais transtornos gerados pela falta de asfalto são a poeira nos dias de calor e a lama nos dias de chuva. Barbosa também já quitou sua dívida, pagando o valor combinado em seis vezes. “Quando o tempo está seco, não dá nem para abrir a porta de casa, pois a poeira é grande. Nas ruas, a gente tem que andar devagarinho para não escorregar”, reclama.
Empreiteira
O engenheiro da Rafael Greca e Filhos, que se identificou apenas como Samir (não forneceu seu sobrenome), mantém a explicação dada aos moradores da Vila Marta, dizendo que o asfaltamento ainda não foi realizado devido a reajustes do cimento asfáltico de petróleo (cap) ocorridos nos últimos meses. Segundo ele, as obras na Monteiro Lobato e na Machado de Assis devem ser iniciadas na próxima terça-feira, “se não chover”.