Adriano só usa a passarela quando está de bicicleta.

Apesar da existência de cinco passarelas ao longo do trecho urbano da BR-277 (que passa por Curitiba e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana), diariamente centenas de pessoas continuam arriscando a vida na rodovia. Por falta de consciência da importância do uso das passarelas, muitos ignoram os riscos de acidentes e optam pelo caminho mais curto.

A poucos metros das passarelas é comum encontrar pessoas tentando cruzar as pistas por baixo, em meio a carros, ônibus e caminhões. “É um absurdo o que acontece. Há alguns dias flagrei um casal de velhinhos tentando atravessar por baixo. As pessoas não querem perder cinco minutos subindo a passarela e esquecem que se não a utilizarem podem perder a vida em poucos segundos”, comenta a dona de casa Nanci Neves, que mora nas proximidades do quilômetro 83 da BR-277 e diz que nunca atravessa fora da passarela.

O frentista Olimar Guilherme Pereira, que trabalha em um posto de combustíveis localizado bem em frente a uma passarela, revela que o problema acontece principalmente em horários de entrada e saída de trabalho, isto é, no início da manhã e no final da tarde. “Minha preocupação é principalmente com as crianças e adolescentes que saem dos colégios próximos à BR-277 e não usam as passarelas. Desde que trabalho no posto, há dois anos e sete meses, já presenciei diversos atropelamentos. Acho que as pessoas atravessam por baixo devido à preguiça”, opina.

Desculpas

Quem costuma atravessar por baixo inventa desculpas para justificar o erro. O principal argumento costuma ser a pressa. “Geralmente utilizo a passarela, mas confesso que já atravessei diversas vezes por baixo. Normalmente faço isso quando estou atrasada ou muito apressada, mas não aconselho e sempre peço que meus familiares não façam o mesmo”, diz a professora aposentada Maria de Lourdes Miranda Novaes, que mora perto do quilômetro 79.

Ontem de manhã, o promotor de vendas Adriano Ulaf foi flagrado atravessando fora da passarela, também nas proximidades do quilômetro 79. Ele conta que só utiliza a passarela quando está de bicicleta, mas raramente quando está a pé. “Atravesso por baixo para não perder o ônibus. Geralmente vejo ele vindo e não dá tempo de subir a passarela”, explica.

Ecovia

A Ecovia, concessionária responsável pela BR-277, lamenta o fato de muitas pessoas não utilizarem as passarelas. Segundo o coordenador de operações da empresa, Umberto de Souza Gomes, do quilômetro 84 da BR-277, na saída de Curitiba, até o quilômetro 67, em São José dos Pinhais, existem cinco passarelas. Dentro de noventa dias, uma nova, já aprovada pelo DER, deve ser instalada no quilômetro 71. “Em uma das passarelas, no quilômetro 78, colocamos telas entre as pistas justamente para evitar que as pessoas atravessem por baixo. Nossa intenção é, em breve, instalar telas nas proximidades de todas as passarelas, inibindo assim a ação de pedestres que insistem em se arriscar”, informa.

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