Quarenta famílias que moram no Jardim Marambaia, próximo da Academia do Guatupê, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), correm o risco de perder suas casas por conta de uma reintegração de posse expedida na última sexta-feira. A ação foi proposta pelos herdeiros do antigo dono do terreno onde as casas foram edificadas, algumas há mais de 40 anos.
Um dos moradores a serem atingidos caso a medida aconteça, o educador Gildo Martins de Lima, morador do local há três anos, conta que todos estão temerosos em perder suas posses.
“Estamos perplexos com tudo isso. Sabemos que há um litígio em relação aos terrenos no que se refere a escritura, mas todos nós temos o contrato de compra e venda dos imóveis. Na sexta-feira, chegaram dois homens se apresentando como policiais militares nos informando que teríamos que desocupar as casas até o dia 20 de novembro. É uma situação muito preocupante”, afirma.
Segundo ele, esse imbróglio começou quando alguém procurou os herdeiros do terreno para realizar a compra. “Foi uma surpresa para a gente que tudo isso tenha acontecido. Não fomos chamados para sentar e conversar a respeito. Todos os moradores estão dispostos a negociar. Tem gente que construiu a vida por aqui e está complicado ver que esse investimento pode se desfazer de uma hora para outra”, lamenta Martins de Lima.
Outra questão levantada pelo educador é que eles estão com muitas dúvidas e com poucas respostas até agora. “Estamos tentando conversar com os herdeiros e com este comprador, mas até agora nada. Sinto como se estivesse no escuro. Não somos moradores de invasão, uma vez que já temos tudo estruturado por aqui, como ruas asfaltadas, água, luz, entre outras benfeitorias”, revela.
Para tentar resolver esta situação, os moradores agendaram para hoje de manhã uma reunião com o secretário de habitação do município, Joacir Colaço Cantido, na sede da secretaria, no Centro da cidade.
“Esperamos que essa conversa com o secretário nos ajude. Queremos resolver essa questão da melhor maneira possível, tanto para o lado dos herdeiros como para o nosso. Contamos com advogados e prometemos lutar até o fim para que nossos direitos sejam respeitados”, garante.