Na Pedro Zagonel, uma das ruas mais movimentadas do bairro, poucos comerciantes têm coragem de reclamar. Quem fala geralmente conta o ocorrido com algum parente, vizinho ou conhecido. “Meu filho foi assaltado há 20 dias. Colocaram ele dentro de um carro, mas quando viram que ele não tinha dinheiro nem cartão de banco, ficaram só com o boné e o celular e o soltaram a uns 15 quilômetros daqui”, recorda a funcionária de uma loja de confecções.
Moradora do Novo Mundo há mais de 30 anos, ela diz que as cenas de violência sempre foram comuns no bairro. “No final da Rua Luiz Leopoldo Landal, parece que estamos em um filme de bang-bang. Quase todo dia tem tiroteio entre bandidos e policiais”, relata.
Outra vendedora reclama da praça Professora Ieza Almeida, na esquina das ruas Dalila Rolim Vargas e Luiz Leopoldo Landal. “À noite, é muito perigoso para quem desce do ônibus da linha Formosa. A pracinha fica sempre cheia de bandidos e os assaltos são comuns. A praça foi feita pras crianças brincarem, mas só serve pros vagabundos e pra atrapalhar o trânsito. Não deveria estar lá”, afirma.
“A praça está sempre cheia de maconheiros. Eu e meu pai já contamos 62 pessoas fumando ao mesmo tempo. É incrível a defumação que eles fazem. O cheiro de maconha fica impregnado em tudo”, conta um morador, que se identifica apenas como Mário. Filho da professora que dá nome ao logradouro, ele revela que a família mora há mais de 50 anos no local. Apesar da homenagem à mãe, ele se opõe à queixa de moradores que pedem a retirada da praça do local. “Para mim é indiferente. Ela com certeza não gostaria de dar seu nome a um ponto de encontro de drogados”, diz Mário, resignado.