Um protesto organizado por moradores do município de Palmeira, na região dos Campos Gerais, interrompeu o trânsito nos dois sentidos da BR-277, na altura do quilômetro 184, na madrugada e manhã de ontem. A manifestação durou mais de 17 horas.
O protesto teve início às 19h de segunda-feira, quando duas pessoas morreram vítimas de acidente no trecho da rodovia, que se localiza na área urbana de Palmeira.
O objetivo era reivindicar a instalação de duas lombadas no local, com o intuito de reduzir a velocidade dos veículos em trânsito. Por volta das 12h30 de ontem, os manifestantes deixaram a via após negociação com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo a PRF, cerca de 60 pessoas participaram do protesto. Para bloquear a estrada, elas queimaram pneus e ocuparam as duas pistas. De acordo com a concessionária Caminhos do Paraná, que administra o trecho, foram verificadas filas de caminhões de cerca de um quilômetro nos dois sentidos da estrada.
Veículos menores foram orientados a realizar desvios. A orientação evitou filas maiores, já que passam diariamente no local uma média de 4.500 veículos. A Caminhos do Paraná chegou a entrar na Justiça para tentar conseguir um mandado de reintegração de posse para desocupação da rodovia.
A liminar ficou pronta por volta das 15h de ontem, quando os manifestantes já haviam encerrado o protesto. Depois disso, a concessionária recebeu representantes da comunidade e também o prefeito de Palmeira, Altamir Sanson, para tentar encontrar uma solução para o impasse.
Segundo a assessoria da concessionária, um estudo será realizado para verificar a viabilidade da instalação de redutores de velocidade na região. Esse estudo, informou a empresa, será encaminhado também ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Ainda segundo a Caminhos, no local a velocidade máxima é de 60 km/h e existe sinalização.
Acidentes
Os acidentes que ocorreram na segunda-feira resultaram na morte do motociclista José Amâncio, de 60 anos, e da pedestre Júlia dos Santos, de 40 anos. A ocorrência envolvendo o motociclista aconteceu pela manhã.
Já o que ocasionou a morte da senhora, por atropelamento, foi no final da tarde. Os acidentes ocorreram a poucos metros um do outro. Os manifestantes afirmam que já ocorreram mais de 20 acidentes no trecho, informação negada pela Caminhos, que disse que ao longo dos 11 anos de concessão ocorreram oito acidentes no local, sendo três atropelamentos.
A concessionária informou também que, fora as mortes de segunda-feira, os últimos acidentes com óbito ocorridos no trecho foram um em 2007, e outro, em 2003.