Moradores do conjunto residencial Caiuá, em Curitiba, estão revoltados com abusos de autoridade demonstrados por um policial militar que, há cerca de dois meses, é responsável pela segurança do lugar. Conhecido como “Gazelatto”, o policial estaria ameaçando e abordando de forma considerada inadequada jovens habitantes da região, sem nenhum envolvimento com drogas ou qualquer outro tipo de atividade irregular.
A funcionária pública Marli Graboski conta que seu filho, de 23 anos de idade, foi uma das vítimas. No último sábado, entre às 12h e 13h, ele estava na rua, tomando sol e conversando com a namorada, quando o policial chegou perguntando o que ele estava fazendo e apontando arma de fogo. “Meu filho ficou muito assustado, pois não estava fazendo nada de errado. O Gazelatto parece ser uma pessoa totalmente despreparada para ocupar o cargo que ocupa.”
Marli conta que, depois do acontecimento, o garoto está amedrontado e evita sair sozinho de casa. “Quando sai tarde do trabalho, meu filho pede para que alguém o acompanhe até em casa, pois teme que o policial o aborde novamente e venha a lhe fazer algum mal”, revela. “Ultimamente, ando com mais medo da polícia do que de bandidos.”
A presidente do departamento social da Associação de Moradores do Caiuá, Solange Rocha, diz que os adolescentes a estão procurando freqüentemente para reclamar dos abusos de autoridade do policial. “Antes de pedir qualquer tipo de identificação, o policial chega batendo, com arma na mão e chamando todo mundo de bandido”, denuncia. “Acha que qualquer adolescente é vagabundo ou ladrão. Estou com medo que alguma coisa mais grave possa acontecer.” Se o problema não for resolvido, Solange pretende orientar os pais dos jovens abordados e incentivá-los a fazer uma denúncia ao 13.º Batalhão da Polícia Militar.
3.º Batalhão
O tenente-coronel do 13.º Batalhão, José Paulo Betes, através de sua assessoria de comunicação, informou que não tem notícias sobre o caso. Segundo ele, o batalhão não recebeu nenhuma denúncia relativa a abuso de autoridade policial. A orientação é que as pessoas que estão se sentindo prejudicadas compareçam ao local e façam uma queixa. Só então a situação poderá ser averiguada.