Morador de Mandirituba repugna outro aterro

Moradores de Mandirituba protestaram, na manhã de ontem, na praça do Colono, contra a possível instalação do novo aterro sanitário de Curitiba e Região Metropolitana na cidade. O aterro faz parte do Consórcio Intermunicipal de Tratamento de Lixo, que é formado por municípios da Grande Curitiba. Segundo os manifestantes, pode ocorrer uma catástrofe ambiental, pois o município, que hoje gerencia quatro toneladas de lixo por dia, passará a receber 4 mil.

O ato, promovido pelo Fórum Permanente pela Ética e Cidadania de Mandirituba e Fazenda Rio Grande, não teve o resultado esperado pelos organizadores. Até o fim da manhã, pouco mais de trinta pessoas estavam reunidas em frente ao carro de som alugado pelo Fórum. “A Prefeitura proibiu as crianças das escolas municipais e estaduais de participarem do evento”, explicou Cláudio Ribeiro, um dos integrantes do Fórum. Segundo ele, no começo da semana as crianças fizeram desenhos, textos e colagens sobre a fauna e a flora da região e sobre os malefícios que um aterro sanitário traria para o município.

“Com o aterro, vamos receber o lixo de toda grande Curitiba. Isso vai dar 4 mil toneladas por dia”, diz Ribeiro. “Vai ser uma catástrofe para a mata, para os animais, para os rios e para a população de Mandirituba e Fazenda Rio Grande”, prevê Lídia Lucarski, presidente da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar), que também participou do evento.

O prefeito de Mandirituba, Luiz Carlos Chimim, disse que a cidade não terá prejuízos com a obra. “Vamos usar uma tecnologia de primeira mão no aterro. Não vai haver danos maiores para o ecossistema”. O prefeito também disse que não boicotou o protesto e que a decisão de não envolver as crianças partiu das próprias diretoras das escolas.

De acordo com ele, a arrecadação do município deve aumentar em 30% devido aos royalties pagos. A Prefeitura de Curitiba informou que duas empresas disputam a concorrência para o gerenciamento de lixo. O resultado deve sair no segundo semestre.

Moradores

A reportagem do Paraná-Online esteve na área onde deverá ser construído o aterro sanitário. Vizinho ao terreno, o pastor Artur Hugo Block diz que ainda não foi procurado por ninguém da Prefeitura. “Até agora nada. Mas se eu tiver de sair daqui, espero algum tipo de indenização”.

Quem também ainda não sabe sobre a real situação da área é a dona-de-casa Elza Vágner, que mora no local com sua mãe, sua filha e uma sobrinha. “Dizem que a empresa, a Cavo, já comprou tudo aí. Não sabemos para onde vamos depois daqui”.

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