Em dezembro de 2007, O Estado publicou uma reportagem sobre problemas com um grande terreno particular na Rua Ângelo Breseghelo, no Bairro Alto, em Curitiba. No local, era possível encontrar uma enorme quantidade e diversidade de lixo, como pneus velhos, móveis, material orgânico e entulho de construção.

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Os moradores de condomínios próximos relataram que era comum caminhões descarregarem lixo no terreno. O acúmulo causava mau cheiro, proliferação de insetos e risco de doenças. Além disso, a área era utilizada para consumo de drogas.

Com 80 mil metros quadrados, o terreno já mudou de dono pelo menos duas vezes nos últimos anos e o problema com o lixo permanece o mesmo para os moradores próximos, que sempre registram novas denúncias no telefone 156 da prefeitura de Curitiba.

Antes pertencente ao Hospital Vita, vizinho da área, o terreno foi vendido a uma empresa norte-americana com sede em São Paulo e, em 2008, a prefeitura chegou a notificar a proprietária da área para que realizasse a limpeza, o que aconteceu apenas em parte. Outras notificações foram emitidas em 2003, 2004 e 2005. A administração municipal, então, fez a roçada do terreno em fevereiro do ano passado, cobrando do proprietário o valor referente ao trabalho.

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Nesta semana, a reportagem de O Estado voltou ao local e constatou que o volume de lixo é um pouco menor do que há um ano. Mas os problemas permanecem. “A situação não melhorou. Caminhões trazendo caçambas continuam despejando lixo no terreno. Chegamos a tirar fotos, encaminhá-las para a prefeitura, mas nada. Seguimos um caminhão para ver de onde vinha esse lixo”, relata Gisele Pie, síndica de um dos condomínios residenciais perto do terreno. De acordo com ela, equipes da prefeitura estiveram no local e realizaram trabalhos. “Mas eles trazem o trator e só empurram o lixo para dentro do terreno. Não tiram”, declara.

A presença de usuários de drogas também continua. Eles ameaçam os moradores da região e praticam delitos, segundo moradores. Alguns já tentaram assaltar o condomínio de Gisele, mas não conseguiram. Por isso, foi instalada uma cerca elétrica. Ocorre também o “corridão”, quando os usuários de drogas tentam assaltar quem passa na rua. “À noite, isso é um perigo. Acontece de tudo ali, até sexo em carro. Até cadáver já encontraram no terreno”, afirma a síndica.

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Limpeza

Do ano passado para cá, houve nova mudança de proprietário do terreno. Na última sexta-feira uma equipe da prefeitura voltou ao local e constatou a situação. O dono deve ser notificado amanhã e, pelo Código de Posturas do Município, tem 30 dias para fazer a limpeza.