O público que acompanhou o Réveillon 2019 nas praias do Paraná produziu montanhas de lixo até o amanhecer do primeiro dia do ano. Os resíduos começaram a ser recolhidos já durante a madrugada por equipes da Sanepar, mas ainda podiam ser vistos aglomerados em grande quantidade nas primeiras horas da manhã. A quantidade total de lixo produzido na virada ainda não foi divulgada pela Sanepar, que afirma não ter pessoal disponível para fazer a pesagem — visto que todos permanecem trabalhando para terminar a coleta.
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Apesar de ainda haver pontos com lixeiras superlotadas até o fim da tarde desta quarta — como na Praia Mansa de Matinhos —, grande parte das faixas de areia do Litoral já estavam limpas pela manhã. Tanto que locais como a praia Central de Guaratuba e a praia Brava de Matinhos já tinham, logo no início do dia, dezenas de veranistas prontos para curtir mais um dia de praia.
Até o fim da tarde desta terça-feira, a Sanepar ainda não tinha divulgado o total de lixo produzido somente na virada do ano e que retirado das praias do estado ao longo do dia. No entanto, bastava olhar os grandes montes para saber que se tratava de muita sujeira. Entre os descartes mais comuns estavam garrafas e latas, mas o mutirão feito em toda a orla do estado encontrou também muitas sacolas plásticas, canudos, embalagens de isopor e até mesmo chinelos.
Problema da temporada
O primeiro dia do ano apenas intensifica uma produção de lixo que tem sido alta desde o início da temporada, a exemplo do balanço divulgado pela própria Sanepar na última sexta-feira (28): em sete dias, a companhia de saneamento registrou recolhimento de 40 toneladas de dejetos de todo o litoral. Diariamente, são 78 funcionários da Sanepar e seis máquinas saneadoras de areia trabalhando.
A situação é grave especialmente pela dificuldade de atuação da coleta seletiva em algumas cidades do litoral. Guaratuba, por exemplo, sai na frente nessa questão, já que de acordo com a prefeitura, 100% do município conta com a coleta. No entanto, o serviço não funciona plenamente em outras regiões.
Isso significa que parte dos objetos plásticos será jogada em aterros sanitários – onde levam centenas de anos para se decompor e, antes disso, correm o risco de chegar até os oceanos. Esse cenário é prejudicial a todo o ecossistema biológico, mas os primeiros a sentir são os animais marinhos. “Hoje 80% das tartarugas verdes que encontramos no litoral têm lixo no sistema digestivo ou preso em alguma parte do corpo”, explica a bióloga Camila Domit, responsável pelo Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná, entidade que trata de animais encontrados mortos ou doentes nas praias do Paraná.
Além de reduzir o consumo de objetos que podem se tornar lixo, existem algumas ações que a população pode tomar para reduzir o impacto e volume das substâncias, recomendadas pelo Instituto das Águas do Paraná – que fiscaliza as empresas contratadas pelo governo do estado para fazer a coleta ao longo da temporada. A primeira delas é tomar conhecimento da forma de coleta feita na região. O instituto também pede que população coloque o lixo para fora somente no período entre 18 horas e 8 horas, quando a coleta será feita de fato. Outra orientação é não deixar as sacolas de lixo ao alcance de animais e nem onde possam ser levadas pela chuva.
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