As informações reunidas no monitoramento da fauna realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) ? como, por exemplo, os dados relacionados aos macacos da espécie bugio – estão colaborando com a prevenção de doenças no Estado. ?Os primatas estão servindo de ?sinalizadores? para a ocorrência do vírus da febre amarela no Paraná, doença que vem sendo acompanhada de perto pela Secretaria da Saúde?, informou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.
A iniciativa foi apresentada para ilustrar a importância da preservação da fauna paranaense durante um workshop promovido pelo IAP. O evento, encerrado nesta quinta-feira (17), teve como objetivo elaborar planos de ação para intensificar o trabalho de proteção à biodiversidade da fauna que habita o Paraná.
Segundo Rasca, a Secretaria do Meio Ambiente e o IAP são parceiros da Secretaria da Saúde neste trabalho para detectar a febre amarela. ?Nossos escritórios regionais e gerentes de Unidades de Conservação, como parques estaduais, estão em alerta e, quando identificado algum animal debilitado, logo comunicamos à Saúde para que desloque uma equipe e verifique se a causa desta debilidade está ligada ao vírus da febre amarela?, explicou.
O biólogo especialista em fauna do IAP, Mauro Britto, destacou que o bugio é uma das espécies que consta no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada. Segundo ele, existem duas variações da espécie: o bugio-preto, que habita regiões Noroeste, Sudoeste e Sul do Estado, e ainda o bugio-vermelho, que pode ser encontrado na Serra do Mar.
Workshop
Cerca de 50 pessoas ? entre técnicos do IAP, Secretaria do Meio Ambiente e outras instituições ambientais como Ibama, além de representantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e comunidade acadêmica ? participaram do workshop para elaborar as diretrizes das ações prioritárias para proteção da fauna.
Entre os temas debatidos estava a predação de rebanhos feita por onças pardas ou pintadas, estratégias de proteção às espécies ameaçadas de extinção e soluções para espécies nativas em desequilíbrios populacionais, entre outros. Para evitar a predação dos rebanhos, uma das sugestões apontadas no evento é a melhoria do manejo do gado, orientando os proprietários a não deixarem os animais totalmente soltos no pasto.
?O resultado do workshop servirá como um ?mapa? das dificuldades e necessidades relacionadas à fauna no Estado, direcionando as estratégias a serem adotadas pelos órgãos ambientais?, comentou a chefe do Departamento de Biodiversidade do IAP, Márcia Tossulino. ?Ou seja, com o workshop saberemos o que teremos que fazer e como os parceiros poderão ajudar?, completou.
