Técnicos e consultores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visitaram ontem, na BR-116, as obras do futuro Eixo Metropolitano de Transportes de Curitiba, que o banco deverá financiar.
O financiamento será incluído no pacote de obras para melhorias do sistema viário e do transporte urbano que a Prefeitura está negociando com o banco desde o início do ano, o chamado projeto BID II. Com a inclusão, o valor do contrato deverá chegar a US$ 80 milhões. A expectativa é de que o recurso seja liberado no próximo ano.
O pedido de financiamento para a implantação do Eixo estava sendo negociado com o Fonplata – um fundo de âmbito regional que atua na Bacia do Prata e é ligado ao BID -, mas, por recomendação da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento (Seain), a proposta foi incorporada ao projeto BID II. O projeto previa duas etapas de liberação de recursos de US$ 40 milhões cada uma, mas, com a nova formatação passa a ter apenas uma fase, num total de US$ 80 milhões em obras e equipamentos.
De acordo com o chefe da missão do BID, Rafael Acevedo Daunas, a inclusão da proposta no pacote do BID II “é vantajosa porque significa um aperfeiçoamento do sistema de ônibus de Curitiba, que é um exemplo para todo o mundo.” Daunas está em Curitiba desde segunda-feira, acompanhado de mais dois técnicos do banco e três consultores contratados. Eles estão trabalhando no Ippuc e mantendo contatos com os técnicos. Amanhã, eles se encontram com o prefeito Cassio Taniguchi.
Essa é a terceira missão do banco em Curitiba para analisar o projeto BID II e, segundo Daunas, até a contratação dos recursos, haverá necessidade de pelo menos mais uma visita para fechar a negociação. A expectativa é de que isso aconteça antes do final do primeiro semestre de 2003, para iniciar obras em seguida.
A incorporação da proposta do Eixo Metropolitano no projeto do BID II vai exigir algumas adequações. A principal delas será nos estudos ambientais, que precisarão ser complementados. O relatório de impacto ambiental completo deverá ser divulgado até o mês de fevereiro.
Eixo
De acordo com o projeto, o Eixo Metropolitano da Rede Integrada de Transporte (RIT) vai aproveitar a estrutura da BR-116 em seu trecho urbano – cerca de 25 km – para a implantação de três novas linhas, que vão operar com ônibus biarticulados. Elas irão fazer a ligação entre o Atuba, na região norte, e a CIC, no sul, com ramais de acesso à área central e estação na Praça Eufrásio Correia. Para implantar o novo eixo, a BR-116 deverá passar por reformas, com a recuperação do pavimento e a criação de uma canaleta central, exclusiva para os ônibus. A criação do novo eixo consolida a vocação da BR-116 como um fator de integração metropolitana, criando uma grande avenida, que passa por 23 bairros da cidade e permite conexões com municípios como Colombo, Fazenda Rio Grande, Araucária, Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais, Mandirituba e Lapa.
