?Minizoológico? de chimpanzés em São José dos Pinhais

Um verdadeiro paraíso para animais que, no decorrer da vida, enfrentaram uma série de sofrimentos em prol da diversão dos seres humanos. Assim é o Recanto dos Chimpanzés, instalado há cerca de um ano e meio em uma chácara localizada nas proximidades da BR-376, no município de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

O local é mantido pelo casal Ana e Milan Starostik, que são originários da República Tcheca e estão há cinqüenta anos no Brasil. Tudo começou há cerca de vinte anos, quando o casal era proprietário de uma indústria plástica e montou no local um ?minizoológico?, passando a cuidar de um chimpanzé, conhecido como Caco, que tinha dois anos de idade. O animal havia sido apreendido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em um apartamento de Fortaleza, no Ceará. ?Depois de Caco, que hoje vive em um santuário de Sorocaba, veio a Kika, que chegou para nós adulta e já faleceu. Posteriormente, vieram muitos outros e o ?minizoológico? que tínhamos começou a ficar pequeno. Foi então que adquirimos a chácara de São José dos Pinhais e criamos o recanto. Atualmente, mantemos dezenove chimpanzés?, conta Ana.

Todos os animais que vivem no recanto possuem chip de identificação, certidão de nascimento e registro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A maioria deles é proveniente de circos, onde eram adestrados para participar de espetáculos. Segundo o administrador do recanto, José Tadeu Grassi, muitos chimpanzés foram vítimas de violência e maus-tratos nos circos, não recebendo alimentação adequada e vivendo em espaços bastante pequenos. Alguns chegaram a ser mutilados, tendo, por exemplo, dentes arrancados. ?Quando chegam ao recanto, os chimpanzés passam por um período de adaptação, depois passando a viver em bando. Cada um tem sua própria personalidade ?, diz Tadeu.

Para os visitantes, segurança em todos os recintos

Na chácara, os chimpanzés vivem em recintos internos e externos. Todos possuem grades, cercas elétricas e portões automatizados para evitar fugas, o que poderia colocar em risco a segurança dos seres humanos. Entretanto, os ambientes tentam proporcionar a maior liberdade possível aos primatas, sendo providos de brinquedos (como cama elástica e carrossel), locais para eles se pendurarem e mesmo rede para relaxarem. Cada chimpanzé é conhecido pelo nome e recebe muito carinho dos tratadores e dos médicos veterinários que atuam no lugar.

Os animais recebem mamadeira com leite, chá, café, mingau de aveia, iogurte e balas. Entretanto, se alimentam basicamente de frutas, principalmente banana, manga, laranja, maçã e uva. Eles ingerem carne apenas uma ou duas vezes a cada semana, o que lhes garante suprimento de proteínas. ?Os chimpanzés são como crianças. Precisam de muito carinho e atenção. Sempre converso e brinco muito com eles. São como se fossem meus filhos?, comenta Ana Starostik.

O mais antigo morador do recanto é um chimpanzé conhecido como Caíque, que tem treze anos de idade e é originário do Circo Portugal. O animal é dócil e geralmente aceita bem a presença de estranhos. Já o mais novo morador nasceu no final do último ano, em Santa Catarina, e é chamado de Noel, pois chegou ao recanto perto do Natal. Ele ainda mama e é mantido na companhia da mãe.

O recanto, que também abriga aves, jabutis, cervos e outras espécies de primatas, não é aberto à visitação. (CV)

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