Os ministros de Meio Ambiente da Bolívia, Colômbia, Equador, Brasil, Peru e Suriname se reuniram ontem pela manhã para discutir ações da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1995. Venezuela e Guiana, que fazem parte do acordo, não foram representadas. Essa é a primeira vez que os ministros de Meio Ambiente dos países membros se encontram desde que a OTCA foi formulada.
Eles discutiram uma agenda para a Amazônia, sempre analisando esse bioma como um conjunto, que não possui fronteiras. Foi resolvido que serão criados grupos de gestão de trabalho para tratar de pontos específicos da agenda, que abrange uma estratégia comum para a biodiversidade e uma gestão integrada dos recursos hídricos transfronteiriços, entre outros assuntos. ?Começou uma dinâmica de trabalho em conjunto. Estamos chegando a uma voz comum. A Amazônia é a maior biodiversidade do planeta. Acumula 20% dos recursos de água doce no mundo e regula o equilíbrio da Terra?, afirmou Rosalía Artega, secretária-geral da OTCA.
Também foi discutida a importância de uma agenda socioambiental, que prevê uma distribuição de renda com o uso sustentável dos recursos da Amazônia. ?Essa é uma das nossas maiores preocupações. À medida em que se avançam as agendas de desenvolvimento econômico, também se faz necessária uma política de desenvolvimento sustentável para os nossos países. Estamos trabalhando fortemente para que todo o processo de integração regional possa ser acompanhado dos devidos cuidados ambientais?, comentou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Ela anunciou que o Brasil está se dispondo a compartilhar, com os países membros da OTCA, o sistema nacional de informações por satélite, usado nas ações de combate contra o desmatamento. Segundo a ministra, essa tem sido uma ferramenta muito importante na redução do desmatamento na Amazônia brasileira.