Meio ambiente

Ministro vistoria área de corte ilegal de madeira

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, classificou a atuação dos infratores que exploravam madeira ilegalmente no Assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu, como uma “rede de corrupção e violência”.

O ministro acompanhou ontem as ações da operação Tolerância Zero, que desmantelou o esquema de corte ilegal de árvores -ocasionando, até esta quarta, a prisão de 16 pessoas.

Na ocasião, Minc assinou um protocolo de intenções para recuperação ambiental de áreas de preservação permanente e reserva legal em 49 projetos de assentamento na região.

O ministro afirmou que os criminosos serão processados e, se condenados, terão que recuperar a área degradada. A Polícia Federal (PF) já cumpriu mais da metade do total de 29 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal de Cascavel. Entre os presos, está um vereador do município de Três Barras do Paraná.

Segundo Minc, após concluída a operação, a região deverá receber apoio financeiro e tecnológico para que os assentados recuperem as áreas de proteção permanente e as reservas legais, adequando as propriedades a um modelo sustentável.

De acordo com a Polícia Federal, desde a última terça-feira, quando começou a operação, até o final da tarde de ontem, cerca de 3,5 mil metros cúbicos de madeira haviam sido apreendidos.

Segundo informações da Força Verde da Polícia Militar do Paraná, a operação já soma 74 autuações. Apenas na madeireira Prende Forte, visitada pelo ministro, foi apreendido o equivalente a 20 caminhões de araucária.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, os proprietários da empresa receberam multas de R$ 116,1 mil e de R$ 50 mil. As máquinas apreendidas serão leiloadas e a madeira, doada à prefeitura de Quedas do Iguaçu, que vai utilizá-la na construção de escolas.

Segundo o delegado da Divisão de Repressão aos Crimes Ambientais, Rubens Lopes da Silva, a estimativa pré-operação era de que 30% da vegetação original do assentamento, de 82,6 mil hectares, teria sido devastada.

“Hoje (ontem), depois das primeiras ações, estimamos que cerca de 70% da cobertura vegetal dessa área foi desmatada. Em seis meses, essa cobertura poderia não existir mais”, revela.

A Operação Tolerância Zero está sendo realizada pela PF, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Batalhão de Polícia Ambiental (Força Verde), da Polícia Militar do Paraná, e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ao todo, 550 homens participaram da operação, entre policiais e demais servidores públicos.

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