Daqui a no máximo dez anos, o curitibano que usa o eixo norte-sul da Rede Integrada de Transportes (RIT) vai mudar o jeito de fazer o trajeto. A travessia entre a Cidade Industrial e o Santa Cândida passará a ser via metrô, dispondo da metade do tempo necessário para cumprir a mesma distância com ônibus biarticulados. Apesar de parecer um futuro distante, o processo começou ontem, quando a Prefeitura lançou, no Diário Oficial do Município, o edital de licitação do projeto, ao preço máximo de R$ 2,087 bilhões. O edital será publicado hoje em jornais de circulações regional e nacional e no Diário Oficial da União.
Pelos estudos iniciais da Prefeitura, o metrô será de mais fácil execução e mais barato que o de São Paulo, por exemplo, pelas às características do sistema de transporte urbano de Curitiba, contemplado pelas canaletas. O eixo norte-sul, que transporta diariamente 415 mil passageiros, está sobrecarregado. Agora, é licitado o projeto básico da obra do metrô, que deve contemplar estudos aprofundados sobre características de solo, topografia, hidrografia e possíveis interferências no trecho, como cabos e tubos subterrâneos.
As empresas que participarem da concorrência terão até 6 de setembro para apresentar suas propostas, que serão posteriormente avaliadas até que seja possível assinar contrato com a vencedora, o que deve acontecer até o final de outubro. Em novembro, começa a execução do projeto, previsto para ficar pronto até a metade do ano que vem. A obra completa, desde essa fase até a operação do sistema, deve levar entre seis e dez anos e custar cerca de US$ 760 milhões. ?É muito mais barato que a linha 4 de São Paulo, em que cada quilômetro está custando cerca de US$ 100 milhões, contra estimativa de US$ 40 milhões do nosso?, compara o assessor de projetos especiais do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida.
O metrô de Curitiba terá 22 quilômetros de extensão, dos quais 19 serão subterrâneos. Sua capacidade será para até 500 mil usuários no início da operação, tendo entre quatro e seis trens transitando em velocidade média de 80 quilômetros por hora – o dobro da média feita pelos biarticulados.
