Na última sexta-feira (13), os meteorologistas do Simepar em Curitiba receberam diversas mensagens de uma explosão no céu no Noroeste do Paraná. Mas, conforme o próprio instituto tuítou, não se tratava de um relâmpago e de nenhum outro fenômeno climático. Era um meteoro se chocando com a Terra.
O estrondo foi por volta de 5h30 da manhã de sexta e assustou moradores da cidade de Cianorte, além de Maringá, Umuarama, Paranavaí, entre outras. O forte clarão acompanhado do estrondo chegou a ser registrado pelas câmeras de segurança da cidade. “O que fizemos foi conferir as condições meteorológicas para saber se houve alguma situação de trovoada ou tempestade, o que foi descartado”, explica o meteorologista Cezar Duquia, do Simepar.
A queda do meteoro é confirmada pelo astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do projeto Exoss, projeto que estuda bólidos – astros de alta velocidade – no Brasil, ligado ao Observatório Nacional, uma das mais antigas instituições brasileiras de pesquisa científica, criada por Dom Pedro I em 1827.
Além do barulho, a passagem do meteoro também iluminou o céu de Cianorte. Isso acontece, segundo De Cicco, pela energia cinética do detrito. Quanto maior for o material, mais velocidade alcança e mais brilha.
Para o astrônomo, o meteoro que caiu em Cianorte deve ter aproximadamente 30 cm de diâmetro. O forte estrondo parecido com um relâmpago acontece quando o meteoro quebra a barreira da velocidade do som. “Quando esse objeto penetrou na atmosfera, deu um estampido, o que a gente chama de estampido sônico, que é parecido com o som de um trovão”, explica o astrônomo.
Apesar da forte luz e do estrondo, a queda de meteoros é relativamente comum – inclusive no Parana. De acordo com levantamento do Projeto Exoss, foram reportados 11 fenômenos semelhantes só no Paraná até aqui em 2019. De Cicco calcula que o meteoro que cruzou o céu de Cianorte caiu a cerca de 6 km de distância, já na cidade de Japurá, com possibilidade de ter gerado um meteorito – quando o bólido chega ao solo.
Cratera e fogo?
Bem diferente do imaginário popular, o meteorito, ao atingir o solo, não chega a causar incêndio ou abrir cratera no chão. De Cicco explica que o bólido se apaga e cai em queda livre – como uma pedra que cai no chão. “Como é um material que ficou milhares de anos no espaço, ele queima a parte externa, mas seu interior tem temperatura muito baixa. Um meteorito com esse é bem gelado”, explica.
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