Foto: Prefeitura de União da Vitória

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 Impasse entre governos federal e estadual impede melhorias.

A Ponte Manoel Ribas, mais conhecida como Ponte dos Arcos, em União da Vitória, interditada desde o dia 16 de setembro por decisão do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), será parcialmente liberada na próxima segunda-feira.

Em documento encaminhado à Prefeitura, o coordenador regional do DNIT, David José de Castro Gouvêa, informou que a ponte estará liberada para a circulação de pedestres e veículos leves. Ele determinou ainda que a Prefeitura sinalize a limitação da ponte e instale uma travessa limitadora de altura, para permitir apenas a passagem de veículos com menos de 2,10 metros.

Interditada por apresentar problemas estruturais em um dos pilares de sustentação, a ponte não passou por qualquer obra nesses quase dois meses sem tráfego, o que indigna o prefeito de União da Vitória, Hussein Bakri. "É uma vergonha. Eles interditaram a ponte sem necessidade e não fizeram nada para recuperá-la. Agora, apresentam um laudo liberando o tráfego", reclama.

A ponte é um dos principais acessos ao município pela BR-476. "Se o governo federal não recuperou nem a ponte que liga Curitiba a São Paulo, o que fariam com a ponte de União da Vitória?", pergunta o prefeito. "Não foi e nem será feito nada", responde ele mesmo.

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Durante a interdição, o acesso à cidade vem sendo feito apenas pela Ponte Domício Scaramella, que está recebendo um tráfego de oito mil veículos por dia, o que vem sobrecarregando sua estrutura.

As obras da Ponte dos Arcos, bem como a da recuperação de toda a BR-476, estão sendo motivo de um impasse entre os governos federal e estadual, que discutem a responsabilidade pelas obras. Supostamente, essa rodovia seria uma das que teriam sido transferidas para o domínio do Paraná, com amparo na Medida Provisória 82/2002. No entanto, essa MP foi vetada pelo presidente Lula, e teve o veto mantido pelo Congresso, sem ter sido promulgado decreto legislativo que a regulamentasse. Em outubro, o Tribunal de Contas da União determinou, em medida cautelar, que enquanto o impasse não tivesse solução, as obras cabiam ao governo federal e com caráter emergencial, para evitar maiores danos ao patrimônio público e à população local.

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A má conservação da BR-476 também tem causado transtornos a União da Vitória e às cidades vizinhas. "Muitos veículos estão evitando a estrada esburacada e desviando por dentro de nosso município", revela o secretário de Administração de Porto União (SC).

Sobre a ponte, o secretário informou que a população de seu município se solidariza a União da Vitória na cobrança por medidas urgentes do Ministério dos Transportes. "Além de tudo, é um monumento histórico", comenta.