Lembranças

Mesmo com tempo instável, curitibanos enchem cemitérios

Todos os anos, para muitas famílias, o dia de Finados é destinado à visitação de entes queridos que já faleceram. Em 2011, não foi diferente. Desde cedo, mesmo com o tempo fechando, ameaçando garoar a qualquer momento, os cemitérios de Curitiba começaram a encher. Um dos mais antigos e tradicionais da cidade, o Cemitério Municipal São Francisco de Paula, localizado em anexo à Praça João Sotto Maior, também é sempre um dos mais visitados. Neste ano, o movimento maior aconteceu a partir das 10 horas, quando um número maior de pessoas compareceu ao local com flores e velas em mãos para lembrar e homenagear seus familiares.

Todos os anos, a auxiliar administrativa Vera Costa visita o túmulo de um tio e aproveita para “rezar por ele e por todas as almas”. A aposentada Maria de Lourdes Vicentine também diz que costuma ir ao cemitério desde muito nova. “Venho aqui nesta data desde que me conheço por gente. Antes, vinha visitar minha mãe e meu pai, mais recentemente tenho vindo visitar minha filha também”. Ela também garante que costuma ir ao local nas datas de aniversário de seus familiares falecidos e que, apesar de não ter um ritual específico, fica lembrando deles “em seus pensamentos”.

Já o casal Iris e Nelci Machado possuem um ritual próprio, executado todos os anos. Além de flores, eles levam velas para o túmulo dos pais de Iris, onde também rezam pelos pais de Nelci, enterrados no Rio Grande do Sul. “A gente sabe que o corpo já se foi, mas, como católicos, acreditamos que a alma existe e, por isso, trazemos velas, que simbolicamente representam o fogo que purifica. Assim, fazemos uma homenagem aos meus pais, que estão aqui, e também aos pais dela, que estão mais longe”, comenta Iris.

A santa do povo

Apesar de a maioria dos visitantes estar ali no cemitério por causa dos familiares já falecidos, teve gente também que foi ao local para visitar somente o túmulo de Maria Bueno, considerada santa por muitos religiosos. Este era o caso da costureira Evanilde Eduardo de Souza. “Há mais ou menos cinco anos, venho aqui em todos os feriados de Finados para agradecer uma graça recebida”, conta. Como cumprimento à sua promessa, ela não quis revelar qual seria essa graça, mas ainda afirmou que está “vendo resultado e a cada dia está melhor”. Depois da visita ao túmulo de Maria Bueno, Evanilde ainda iria a outros cemitérios para visitar os parentes.

A opção da cremação

Quem tem parentes falecidos que foram cremados também celebra o dia de Finados, mas de uma forma diferente. Na Capela Vaticano, principal local de cremação de Curitiba, diversas famílias se reúnem todos os anos para visitar a Sala de Memórias, aposento onde estão guardadas as urnas e os objetos pessoais de alguns dos mortos que foram cremados no local. Além disso, a Capela faz um verdadeiro evento de homenagem aos entes queridos já falecidos dessas famílias. Neste ano, com a presença de cerca de 200 pessoas, foram realizados um culto ecumênico, uma chuva de pétalas de rosas coloridas, uma revoada de pombas brancas e a soltura de balões em formato de coração.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna