As altas temperaturas e a temporada de seca acenderam a luz amarela na terça-feira, quando 548 mil consumidores paranaenses foram afetados pelo apagão nacional. Em alguns pontos, o fornecimento de energia levou até 95 minutos para ser restabelecido. Essa demora, somada às condições apresentadas por algumas represas, como a do Vossoroca, deixam os paranaenses preocupados com um possível desabastecimento de energia e de água. Entretanto, tanto a Companhia Paranaense de Energia (Copel) quanto a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) garantem que esse risco não existe e que, apesar de todo o calor e falta de chuva, os níveis dos reservatórios estão mais confortáveis do que em anos anteriores.
O gerente de operações da Copel, Nelson Cuquel, disse que em relação a 2013 o nível de abastecimento nacional deste início de 2014 é bem mais confortável e fica em torno de 40%. “No ano passado ficamos em uma situação mais crítica devido ao consumo elevado e aos baixos níveis dos reservatórios. Mesmo assim, como o sistema elétrico nacional funciona interligado, fica mais fácil equilibrá-lo conforme a disposição do regime de chuvas de cada região do país”, explica. Além disso, Cuquel diz que o setor trabalha com “despachos de térmicas”, ou seja, com a geração de energia via termelétricas.
Suellen Lima |
---|
Cenário é desértico na represa do Vossoroca, que é usada na geração de energia pra região de Curitiba. |
Ele explicou que a falta de luz da última terça-feira nada teve a ver com problemas relacionados à estiagem. Houve uma abertura de uma interligação em 500 kV entre a Região Norte e as Regiões Sudeste/Sul do Brasil, entre Colinas (MA) e Serra da Mesa (GO), interrompendo o fluxo de 5 mil MW para essas regiões. Para evitar a propagação do evento, houve o desligamento automático de cargas em vários estados, respeitando o protocolo firmado pela Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo a Copel, no âmbito estadual, a principal represa – Foz do Areia, que gera 25% da energia consumida no Paraná – está com nível de 41% do seu volume útil. Já a situação da represa do Vossoroca, onde o cenário é desértico, com rachaduras no solo, não preocupa a energética porque a Usina Chaminé, por ela abastecida, é de pequeno porte.
Mananciais estão a 90%
Suellen Lima |
---|
Sanepar diz que situação da Vossoroca não se repete nos reservatórios. |
Quanto ao abastecimento de água, a assessoria da Sanepar destacou que os cortes no fornecimento não são provenientes de qualquer problema nos níveis dos mananciais da cidade. O Passaúna, por exemplo, apresenta 90% do volume. Segundo a Sanepar, os mananciais que atendem Curitiba e litoral operam com volume de água na faixa de 90% a 100%. Questionada sobre a falta de água em determinadas localidades, a companhia explica que para minimizar a ocorrência de desabastecimento na cidade está realizando manobras operacionais que podem ocasionar a redução de pressão nas redes ou a interrupção temporária no fornecimento de água tratada. Ontem, 400 pessoas no Bairro Alto tiveram o abastecimento interrompido por esse motivo.