Depois de ficar sem merenda escolar por conta de um piquete dos servidores públicos municipais em greve, as escolas estaduais de Londrina tiveram ontem acesso à alimentação básica. Na segunda-feira, os grevistas impediram que funcionários do Núcleo Regional de Educação (NRE) retirassem a merenda para oito escolas da rede estadual. Os produtos que compõem a alimentação básica são municipalizados e abastecem 66 unidades do Estado.

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"Eles iriam utilizar caminhões e funcionários da Prefeitura, por isso foram impedidos de tirar a merenda", afirma Marcelo Urbaneja, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina (Sindserv).

A secretária de Educação de Londrina, Carmen Baccaro Sposti, esteve ontem pela manhã na central de distribuição para garantir a saída dos produtos para as unidades estaduais e declarou que essas escolas devem ser poupadas durante a greve. "A merenda escolar foi liberada a pedido do Núcleo Regional de Educação", garantiu Urbaneja. Durante a paralisação, os diretores das escolas estaduais terão de providenciar a retirada dos produtos da merenda e transportá-los às respectivas unidades.

"Caos"

A paralisação entra hoje no seu décimo dia e não há sinalização de acordo para que os grevistas voltem ao trabalho. A maioria dos quase sete mil servidores aderiu à greve. Apenas oito das 54 unidades de saúde estão funcionando e quase todas as 77 escolas municipais estão sem aula. "A cidade está entrando num verdadeiro caos e a prefeitura continua inflexível. Não negocia de maneira alguma", diz o presidente do sindicato. Em entrevista coletiva realizada ontem, o prefeito Nedson Micheleti disse que a diretoria do Sindserv tem o mesmo acesso que ele aos números diários do caixa do município, e portanto podem eles mesmos ver a impossibilidade de reajuste no momento. O prefeito voltou a destacar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a afirmar que vai descontar os dias parados dos funcionários municipais.

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