O professor de Matemática Aramis Klingenfuss Junior decidiu trocar as aulas em Curitiba para trabalhar em Paranaguá. Ele já lecionava duas vezes na semana em uma escola particular do município do litoral do Estado. Em outros dois dias ele trabalhava na capital. A escola em Paranaguá fez uma boa proposta e ofereceu mais aulas ao professor, com uma valorização salarial. E Klingenfuss Junior aceitou.
“Por causa da falta de professores no mercado, sempre vai ter trabalho. Mas também é preciso sempre estudar para conseguir as boas oportunidades”, conta. O próximo passo do professor é tentar um concurso público para trabalhar em uma faculdade estadual em Paranaguá. Ele se formou em 2004 na UFPR. A turma tinha apenas 10 estudantes.
Para fazer com que mais alunos permanecessem no curso, houve uma mudança na seleção de candidatos para a licenciatura em Matemática pela UFPR. Os interessados fazem apenas a primeira fase do concurso. Em compensação, passam um semestre tendo aulas de disciplinas básicas, que resgatam conteúdos do Ensino Médio, mas já com um direcionamento universitário. Depois desta fase, uma avaliação seleciona os alunos para preencher as vagas para o curso de graduação. “Quem permanece não sai da universidade depois. Mas, na prática, a gente não tem conseguido preencher todas as vagas nos últimos anos.”, conta Alexandre Luis Trovon de Carvalho, professor do departamento de Matemática das UFPR.
São ofertadas no vestibular 44 vagas e forma-se anualmente uma média entre 30 e 35 alunos. Antes, pela entrada tradicional na universidade, havia uma concorrência maior. Mas muitos que passaram no vestibular desistiam do primeiro para o segundo ano do curso. (JC)