Mercado de Ofícios vira ponto de marginais

Paredes pichadas, caixas de luz estragadas, vidraças quebradas e portas estouradas. É assim que se encontra o espaço onde, até alguns meses atrás, funcionava o Mercado de Ofícios do bairro Portão, na Avenida Presidente Kennedy, em Curitiba. No local, a presença de comerciantes foi substituída pela de mendigos, usuários de drogas, assaltantes e mesmo garotas de programa.

"O lugar virou um albergue de marginais. Depois das sete horas da noite, é impossível passar pelo local sem ser assaltado", diz o funcionário de uma loja de móveis próxima, Marcos Fernandes. Segundo a comerciante Luciane Brandão, que trabalha em uma loja de tintas, as pessoas que irregularmente ocupam o local, além de o utilizarem para o consumo de drogas e bebidas alcoólicas, o aproveitam para esconder objetos roubados, como bolsas, carteiras e aparelhos de som de veículos.

"Desde que os últimos comerciantes saíram do mercado (em abril deste ano), não temos mais sossego. Na semana retrasada fui assaltada a mão armada enquanto trabalhava e o mesmo aconteceu em outros dois estabelecimentos comerciais próximos da Avenida Kennedy. Há alguns dias, as pessoas que ficam no lugar chegaram a colocar fogo dentro da construção do antigo mercado", conta.

Além dos comerciantes, os moradores do Portão também estão amedrontados. O síndico de um prédio próximo à área, Renato Abreu, revela que no condomínio existe uma moradora que já foi abordada pelos marginais duas vezes.

"Sempre aconselho meus familiares e também os condôminos a atravessarem a Kennedy quando precisarem seguir a avenida em direção ao terminal do Portão. Mesmo durante o dia, não gosto de me arriscar", afirma.

Prefeitura e Slaviero

Segundo a Prefeitura de Curitiba, em novembro do ano passado a área onde funcionava o mercado foi concedida, através de permuta, à Companhia de Automóveis Slaviero, não sendo mais um espaço municipal. Por sua vez, o diretor da companhia, Nelson Luís Slaviero, se diz ciente dos problemas existentes no local e afirma que o mesmo deve ser cercado até, no máximo, a próxima semana.

"Já contratamos uma empresa para cercar a área, onde também serão colocados agentes de segurança. No local, pretendemos construir uma nova revenda de automóveis. A obra deve ficar pronta em até 120 dias", esclarece.

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