Meningite causa morte de duas crianças

Com as duas mortes de crianças por meningite meningocócica registradas em Ponta Grossa nesse final de semana, sobe para dez o número de mortes no município devido à doença desde o início do ano. De janeiro até agora foram registrados 33 casos. ?Estamos cumprindo à risca todos os protocolos e tomando todas as medidas necessárias para conter a meningite?, explica o diretor da Secretaria Municipal de Saúde, Edson Alves.

As principais medidas, segundo Alves, são a orientação e barreiras medicamentosas. Embora as fatalidades já tenham alcançado o mesmo patamar de 2002 – maior registro nos últimos seis anos, quando houve 58 casos e dez óbitos – as autoridades de saúde da cidade descartam a ocorrência de um surto da doença. ?Até agora, todos os casos que apareceram foram em pontos diferentes da cidade, o que não configura um surto?, afirma o diretor.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que está monitorando os casos de meningite o ano todo, porém, com o frio intenso, o trabalho está sendo intensificado, principalmente na região dos Campos Gerais, onde aconteceu o maior número de casos. Segundo a responsável pela Divisão de Doenças Imunopreviníveis, Nilce Haida, mesmo com os cuidados adotados pela secretaria, já ocorreram 96 casos com 27 mortes no Paraná este ano.

Haida diz que para todo caso confirmado de meningite meningocócica é realizada a quimioprofilaxia aos comunicantes, ou seja, as pessoas que possuem relação íntima com o doente recebem uma medicação que tem como objetivo erradicar o estado de portador. ?O quimioprofilático é monitorado pelas equipes da Vigilância Epidemiológica em todos os municípios do Estado?, afirma. A chefe do serviço de vigilância epidemiológica de Ponta Grossa, Lídia Zarpellon, diz que o órgão tem investigado todos os casos registrados e estabelecido barreiras de contenção, envolvendo todas as pessoas que tiveram contato próximo com os infectados.

Ela recomenda que pais e professores providenciam socorro urgente quando crianças, principalmente, apresentarem os sintomas típicos da doença. Zarpellon destaca que a vacinação em massa pode ser ainda mais perigosa do que a ausência da cobertura vacinal: com a vacinação pode-se criar, segundo ela, uma falsa segurança, tendo como conseqüência a suspensão de outras medidas profiláticas e, assim, favorecendo a transmissão. ?A melhor forma de prevenir a meningite ainda é fazer com que o ar circule?, explica Lídia.

Por isso as principais recomendações são evitar ambientes fechados e providenciar, sempre, ventilação adequada, especialmente em escolas e quartos de dormir. Outro complicador no combate à meningite é que cerca de 10% da população atua como ?portador sadio? da doença, abrigando na própria faringe o meningococo, sem no entanto desenvolver a doença.

A Vigilância Sanitária em Ponta Grossa está alertando professores e diretores para que atuem numa linha-de-frente de prevenção. De acordo com a diretora do órgão, Rosana Sponholz Farhat, medidas simples podem evitar a propagação da doença. As condições atualmente são propícias: baixas temperaturas e também baixa umidade do ar favorecem a disseminação dos agentes patológicos -vírus e bactérias – causadoras da meningite.

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