O Capão da Imbuia, zona Leste de Curitiba, foi ontem palco de um conto de Natal. Heidi Dora Ávila da Cruz, de 7 anos, e sua mãe, a desempregada Maria Neide Almeida, viveram um dia emocionante. O Papai Noel dos Correios levou presentes ao endereço da menina, numa peça de cerca de 7 metros quadrados, nos fundos de uma casa, na Rua Francisco Mota Machado.
Heidi foi escolhida pela carta que enviou ao Papai Noel, onde contou a dificuldade que é viver muitas vezes sem ter o que comer, e que sonhava um dia poder trabalhar e comprar um fogão para sua mãe. ?Foi esse trecho que mais nos emocionou e fez com que escolhêssemos a carta dela?, disse a coordenadora do Projeto Papai Noel dos Correios, Kathia Mayewski.
Por volta de 15h, o Papai Noel e outros funcionários dos Correios entregaram o fogão e acessórios, como o botijão de gás, a mangueira e o registro. Ela também ganhou duas cestas básicas, uma cesta de Natal e uma boneca.
Heidi ficou emocionada ao abraçar o Papai Noel, entregando a ele a sua chupeta, em agradecimento pela visita e pelos presentes.
O espírito do Natal contagiou Maria, que não se continha de tanta felicidade por sua filha. Ela está desempregada há seis anos e disse que por ter que levar Heidi para o colégio, teve que parar de catar papel. As duas vivem nos fundos de uma casa, graças à boa vontade do dono do imóvel, que não cobra aluguel.
?Ela chegou a escrever umas dez cartas e eu as amassava e não deixava enviar. Eu não acreditava mais em nada, mas hoje eu acredito?, contou. ?Faz seis anos que eu não cozinho num fogão. Eu tinha um, ele estragou e eu troquei no ferro-velho por comida?, lembrou.
O técnico em segurança do trabalho Davi Avelino da Silva foi escolhido este ano para representar o bom velhinho. ?Esta emoção vai ficar marcada para o resto da minha vida?, disse.
Promoção
Desde 1993 os Correios escolhem uma das cartas que chegam ao Papai Noel e entregam os presentes. Em 97 a ação, que era só dos funcionários, virou corporativa e passou a acontecer em todo Brasil. Os Correios de Curitiba receberam 1.691 cartas com pedidos até ontem. Dessas, 715 foram apadrinhadas e vão receber o presente.
A professora Diair Lima estava ontem na sede dos Correios para escolher uma carta para apadrinhar. ?Vi pela televisão e resolvi vir aqui. Quero entregar o presente pessoalmente?, afirmou.
Vale-presente vira tendência
Isabel Pimentel
Uma das tendências neste Natal é o vale-presente. É uma opção, principalmente para o amigo secreto ou quando se tem dúvida sobre o mais apropriado para alguém. Há o vale-CD, vale-livro ou simplesmente o vale-presente, para a pessoa escolher o que mais lhe agrada.
Segundo o proprietário das Livrarias Curitiba, Marcos Pedri, o vale-presente é uma invenção do varejo, muito boa para seu tipo de comércio, que trabalha com grande diversidade e os clientes, na maioria das vezes, deixam de comprar não por falta de dinheiro mas porque não conhecem o produto. As Livrarias Curitiba produziram 4 mil vales-presentes, todos já vendidos. Ele acrescenta que mais 3 mil estão sendo produzidos. Os vales cujo valor variam entre R$ 25,00 e R$ 50,00 são os mais procurados.
Para a consumidora Roseli de Oliveira Leite, é agradável dar um vale-livro para quem gosta de ler. Juliana Zanin Góes comprou para a mãe um vale-livro. ?Ela lê muito e certamente gostará de poder optar pelo novo livro?, disse.
Ceias feitas sob encomenda
Isabel Pimentel
Devido à correria de final de ano, muitas pessoas optam por encomendar a ceia de Natal. No restaurante Armazém Italiano, no bairro Batel, em Curitiba, há 12 anos são atendidas encomendas para o Natal e Ano Novo, conta o proprietário, Bruno da Silva Dragui. Neste ano ele limitou o número de encomendas a 60. A intenção – diz – foi priorizar a qualidade.
Cada pedido inclui no mínimo seis pratos, duas saladas, dois tipos de carne e dois acompanhamentos. O serviço começou na noite de ontem e os primeiros pedidos vão ser entregues a partir das 9h da manhã de hoje. Bruno explicou que os bufês trabalham na sua grande maioria até às 18h no Natal. O perfil de seu consumidor é de classe média alta. Ele trabalha somente com o motorista extra que é contratado com o free-lancer. A ceia custa R$ 25,00 por pessoa.
Terezinha, do restaurante Rost Bife, no bairro Bom Retiro, em Curitiba, disse que só aceita encomendas de ceia no Natal, pois no Ano Novo ela descansa. Ela trabalha com dez pessoas, incluindo o filho, mas nesta época contrata mais duas. Este Natal ela recebeu 15 encomendas, que devem começar a ser entregues às 9h.
A mais barata custou R$ 60,00 e é composta de salada de manga, salpicão e peito de chester. A mais cara custou R$ 520,00 e tem dois empadões, 2 chesters enfeitados com fios de ovos e compotas de frutas, cerejas e recheados com farofas, escalopes de mignon, duas saladas com nozes, uma salada primavera (ervilha, peito de frango, batata palha, presunto e maionese), arroz à grega e duas sobremesas, mousse de morango e quindão.
