Médicos filiados à Sociedade Paranaense de Cirurgia Cardiovascular estão reclamando do baixo valor dos honorários repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) referente às cirurgias cardíacas.

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Para o presidente da SPCC, Leonardo Andrade Mulinari, o baixo valor dos honorários pode resultar na falta de profissionais especializados, o que também pode colocar em risco a saúde da população.

Segundo Mulinari, as equipes de cirurgiões têm recebido um repasse médio de aproximadamente R$ 1 mil para cada procedimento. “Esse valor é dividido entre cinco profissionais, considerando que uma intervenção cirúrgica conta com um cirurgião, três médicos auxiliares, e um médico perfusionista”, afirma.

Mulinari revela que o valor repassado pelo SUS fica bem a baixo daquilo que é oferecido pelos planos de saúde, que pagam, entre R$ 7 mil e R$ 8 mil para os mesmos procedimentos.

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O cirurgião entende que, para condizer com a realidade, considerando a complexidade do serviço prestado, o valor repassado às equipes por procedimento deveria ser R$ 10 mil.

Mulinari afirma que a SPCC tem constantemente realizado reuniões visando o aumento dos honorários. Ele revela que mais de 50 cirurgiões passaram a formar uma cooperativa para tratar do assunto.

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“A cooperativa vai direcionar esforços para negociar a complementação do repasse às equipes com os governos estadual e municipal”, diz. A exemplo, o cirurgião afirma que no Estado do Espírito Santo o governo tem complementado e os honorários passaram para R$ 13 mil.

De acordo com uma tabela divulgada pelo Ministério da Saúde, os valores adicionais variam de R$ 52,90 a R$ 3.677,18 (caso de uma cirurgia para ampliação de via de saída do ventrículo esquerdo).

Por outro lado, o valor médio dos procedimentos cardiovasculares tiveram um acréscimo de 224%, em oito anos, com os procedimentos mais caros passando de R$ 3.677 para R$ 9.937.