A greve dos médicos peritos da Previdência Social -que praticamente parou o atendimento nos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o País – não atingiu o Paraná ontem. No entanto, a expectativa é que hoje o movimento tenha quase 100% de adesão no Estado.

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Reivindicando melhores condições e, principalmente, segurança no trabalho, os peritos de todo o País iniciaram ontem uma greve de dois dias como forma de alertar a população e a direção do INSS sobre os seguidos casos de violência que vêm sofrendo por parte de pacientes que têm o benefício negado, além de pedir melhorias nas condições de trabalho, como a construção de novos consultórios e a contratação de mais profissionais.

O médico perito de Curitiba, Chil Zunsztern, que coordena o movimento, explicou que os peritos paranaenses só não pararam ontem porque a orientação para a greve nacional chegou a eles apenas na noite de terça-feira e não houve tempo para a mobilização. Já para hoje, Chil previa uma adesão quase que total ao movimento. ?Amanhã (hoje), devemos parar quase que 100%, tanto aqui quanto em todo o Brasil, principalmente depois do assassinato de uma colega de Governador Valadares (RJ), morta em serviço ao negar um benefício?, comentou.

Zunsztern explicou que a greve foi o último recurso encontrado pelos peritos para alertar sobre o risco a que estão expostos. ?Apesar de não estarmos plenamente satisfeitos com nossa remuneração, essa paralisação não pede melhores salários. É uma greve de advertência, pois a situação está ficando insustentável, os índices de violência estão cada vez maiores?, comentou. Para ele, a violência tem crescido porque muitas pessoas recorrem ao INSS como a última esperança e se desesperam quando a invalidez não é comprovada pela perícia e o benefício é negado. ?Além de médicos, somos juízes. Temos que decidir o futuro das pessoas e estamos ficando sem condições de exercer nosso trabalho com excelência?, comentou.

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