Médicos paranaenses não devem parar na quinta-feira

Os médicos paranaenses vinculados a planos de saúde não devem parar as atividades na quinta-feira, quando acontece o Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde. Pelo menos é essa a orientação do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar). A paralisação pode ocorrer em outros locais, e marca a luta da categoria por remuneração mais justa e agilidade nos procedimentos.

Representante do Simepar, Claudia Paola Carrasco Aguilar conta que as entidades médicas paranaenses reuniram-se na segunda-feira e decidiram que o foco será a questão jurídica. “Desde 2010 temos ações coletivas contra os planos de saúde e os resultados estão aparecendo”, afirma. Segundo a sindicalista, não foi decidida suspensão das atividades. “Os médicos insatisfeitos podem até cancelar a agenda, mas é decisão individual”, explica.

Prejuízos

Entre as reivindicações dos médicos estão os reajustes dos valores das consultas e procedimentos. Segundo Claudia, no Paraná o valor mínimo estabelecido por consulta é de R$ 80, mas existem planos que pagam menos de R$ 20. Em relação aos procedimentos, os valores não são reajustados desde 1996. “Queremos que seja respeitada a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos”, diz.

Outra questão apontada pelos médicos é a interferência dos planos de saúde nos tratamentos médicos. “Muitas vezes não liberam os procedimentos e o tratamento que o médico recomenda; ou demoram quando é preciso ação mais rápida”, pontua. Claudia destaca que os problemas entre os planos de saúde e os médicos trazem prejuízos à população. “O paciente muitas vezes vai ao médico, gosta dele, e quando volta já não atende mais pelo plano de saúde. Causa desgaste”, comenta.

Alta acima da inflação

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) espera que, a exemplo do que ocorreu nas últimas paralisações, o atendimento siga normalmente aos beneficiários das associadas. Segundo a entidade, as operadoras por ela representadas reajustam regularmente os honorários médicos pagos por consulta e procedimento com índices acima da inflação. De julho de 2011 a junho de 2012, o incremento dos honorários foi de cerca de 14%, enquanto o IPCA do período fechou em 6,1%.