Se você tem consultas ou exames marcados para amanhã ou quarta-feira, é melhor ligar para o seu médico e agendar nova data. Paralisação nacional da categoria está programada para os dias 30 e 31 e todos os atendimentos que não sejam de urgência ou emergência serão suspensos na rede pública; hospitais e clínicas particulares.

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A paralisação é um protesto dos médicos contra duas medidas do governo federal: os vetos da presidente Dilma Rousseff à “lei do ato médico” e à criação do programa Mais Médicos. Em Curitiba, a concentração está marcada para as 9h30 de amanhã, na Praça Rui Barbosa. Após e durante toda a quarta-feira, entidades que representam a categoria vão distribuir material com reivindicações, nos pontos mais movimentados da cidade.

Os médicos reclamam dos vetos feitos por Dilma a cinco pontos da Lei 12.842, conhecida como “Lei do Ato Médico”, aprovada no mês passado pelo Senado. Os artigos vetados estabeleciam como atividade privativa dos médicos o diagnóstico de doenças e a prescrição de terapias, órteses e próteses, entre outros procedimentos. A categoria pede que os vetos sejam derrubados pelo Congresso Nacional.

Outra reivindicação é a derrubada da medida provisória que cria o Programa Mais Médicos, que tem o objetivo de ampliar o número de profissionais em municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. O programa concede registros temporários a médicos estrangeiros, sem revalidação do diploma, e determina que os estudantes de medicina, ao final do curso, trabalhem por dois anos no sistema público, antes de obter o diploma.

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Risco

O presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho, diz que as medidas não resolvem o problema do acesso à saúde e colocam em risco a população. “Não queremos o país dividido entre a classe que tem acesso a médicos de qualidade e outra atendida por estudantes ou profissionais sem capacitação. Não faltam médicos no Brasil, falta infraestrutura”, afirma.

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Segundo Baracho, na quarta-feira à noite será realizada assembleia na sede da AMP, para avaliar a mobilização e debater o texto da carta que será enviada ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros.