Em todo País, cerca de 26 mil pessoas (1.578 no Paraná) aguardam na fila por um transplante de córnea para poder voltar a enxergar. Em 2007, 11.417 pacientes foram beneficiados e tiveram a visão recuperada (924 no estado).
Este ano, 6.207 homens e mulheres já passaram pela cirurgia (em território paranaense, até agosto, 654). Esses números, embora significativos, ainda são considerados pequenos.
“A quantidade de doadores ainda não é suficiente. Isso acontece principalmente devido à desinformação e ao preconceito. Acredito que, se conseguirmos acabar com esses problemas, podemos zerar a fila de pessoas que aguardam por um transplante. Qualquer cidadão pode ser doador de córnea, independente de sexo ou idade”, comenta a médica oftalmologista do banco de tecidos oculares do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Cláudia Mariushi.
Ontem, Dia Mundial da Visão, atividades ligadas à conscientização da população sobre a doação de córnea foram realizadas em todo País. Em Curitiba, foram promovidas ações na Boca Maldita e em diversos hospitais. Segundo a médica, para que as doações aconteçam, é importante que as pessoas manifestem em vida a vontade de se tornarem doadoras.
Esse desejo deve ser informado aos familiares, únicos que podem autorizar a retirada da córnea em caso de morte. “A córnea, ao contrário de outros órgãos, pode ser retirada até oito horas após o falecimento, pois é um tecido vascular. Além disso, não é necessário haver compatibilidade entre o doador e o paciente.”
Podem ser doadoras inclusive pessoas que tenham problemas de visão. Só são descartadas as córneas de pacientes que tenham tido hepatite B ou C, HIV ou tenham morrido de infecção generalizada, problemas que podem ser transmitidos aos receptores.
No Paraná, para realizar doação, é preciso entrar em contato com a Central de Transplantes através do telefone (41) 3233-0014. Para mais informações sobre o procedimento: www.cbo.com.br.