Médicos do INSS esperam por uma proposta decente

Um ato público foi realizado, ontem de manhã, em frente à agência do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) da Rua XV de Novembro, em Curitiba, por integrantes da Associação Paranaense dos Médicos Peritos. O objetivo do ato era esclarecer a população sobre os motivos da greve realizada pela categoria, que foi deflagrada no último dia 3 de dezembro e não tem data prevista de encerramento.

As pessoas que estavam na fila em frente à agência, esperando atendimento, receberam uma carta aberta elaborada pela associação e folders de esclarecimento. “Muitas pessoas estão contra nossa greve. Queremos que elas conheçam os motivos que nos fizeram parar com nossas atividades normais e saibam que, se nossas reivindicações forem atendidas, isso vai resultar em benefícios à própria população”, declarou o diretor da associação, Marco Antônio di Nápoli.

Os médicos peritos reivindicam: aprovação de um plano de carreira; realização imediata de concurso público para contratação de 8 mil médicos (o último concurso aconteceu em 1975); recebimento de salário compatível com as responsabilidades de suas funções; melhoria das condições de trabalho; melhoria no atendimento prestado aos segurados; e não realização de terceirizações da perícia médica.

“Apesar de todas as greves realizadas pelos servidores da Previdência, os médicos peritos nunca pararam. Essa é a primeira vez”, disse Marco Antônio. “Chegamos ao fundo do poço. Nossas condições de trabalho estão péssimas, assim como o atendimento dado à população. Se o governo nos apresentar uma proposta decente, voltaremos ao trabalho no dia seguinte. O problema é que ele tem se mostrado fechado a negociações.”

Devido à greve, que tem gerado atrasos no pagamento de benefícios, os médicos peritos não receberam, no início deste mês, os salários correspondentes ao mês de dezembro. No Rio de Janeiro, os médicos conseguiram uma liminar para que seus salários fossem pagos.

No total, são 2,4 mil médicos peritos no quadro funcional do Ministério da Previdência Social e mais 4 mil terceirizados em atividade no País. A adesão à greve, de acordo com a associação, é de cerca de 90% entre os integrantes do quadro funcional.

CRM

O Conselho Regional de Medicina (CRM) enviou nota oficial a O Estado reconhecendo como “legítimo” o movimento dos médicos peritos do INSS. “O CRM é solidário às reivindicações e espera imediata solução do Governo Federal, para que os serviços sejam restabelecidos e os demais trabalhadores tenham assegurados os seus direitos previdenciários. Ao mesmo tempo, o Conselho recomenda a todos os médicos o estrito cumprimento das normas éticas de seu Código de Ética Médica”, dizia o documento.

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