Os médicos do quadro estadual do Paraná estão inconformados com a interpretação dada pela Comissão de Avaliação e Títulos da Secretaria de Estado da Administração (Sead) sobre o recém criado plano de cargos e salários do funcionalismo estadual.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Paraná, Mário Antônio Ferrari, houve uma interpretação equivocada do direito a uma jornada de trabalho de 20 horas semanais dos médicos. Isso acarretou em prejuízos tanto na promoção quanto na progressão dentro plano de cargos e salários.
Ferrari explicou que os cerca de 2,5 mil médicos que servem ao Estado acabaram sendo discriminados, tendo uma perda de até 50% no que deveriam receber a mais devido à evolução de carreira feita pelo plano. “Estamos mantendo contatos com parlamentares e possivelmente devemos entrar com alguma ação judicial. A situação é nova e surpreendente, pois tomamos conhecimento apenas na última quinta-feira, quando os médicos receberam seus contracheques”, salientou o presidente. Ele lembrou que a lei estadual 13.666, em seu artigo 4.º, determina 20 horas de jornada semanal aos médicos. “Esperávamos que o salário que subiu de R$ 900 para R$ 1,5 mil fosse para R$ 2,7 mil. Mas com essa discriminação isso não aconteceu”, comentou.
Segundo a assessoria de comunicação da Sead, a secretaria não quer se pronunciar antes de receber oficialmente a reclamação da classe. Ferrari destacou que além do sindicato, a Associação Médica do Paraná (AMP) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) também devem ajudar na luta pela análise correta do plano de cargos e salários.