O Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) verifica uma queixa dos profissionais do sistema municipal de saúde, em Cascavel. A denúncia foi feita na semana passada. De acordo com o sindicato, no município da Região Oeste, os médicos são pressionados a cumprirem metas quanto ao número de pacientes atendidos.
De acordo com o Simepar, os médicos da prefeitura de Cascavel reclamam que, além de serem subordinados a chefes não-médicos, são obrigados a prestarem atendimento nas unidades básicas de saúde através do sistema de ?livre demanda? e produtividade mínima de 20 a 25 pacientes, em três horas de atendimento, com presença fiscalizada por ponto digital.
?Alguns gestores públicos tratam a saúde como se fosse fábrica, dando tratamento de linha de produção?, afimra o presidente do Simepar, Mário Antônio Ferrari. Segundo ele, sendo exigido o número mínimo de pacientes a se atender, exigi-se, também, que cada atendimento não ultrapasse determinado tempo. ?Isso acaba por comprometer a qualidade e, portanto, o prejuízo fica para o paciente?, diz.
Para Ferrari, o médico é que deve decidir quanto tempo precisa dispor para cada paciente, pois depende de quem e porque está sendo atendido. ?A nossa preocupação é que essas regras que estão sendo colocadas podem comprometer o atendimento?, afirma o presidente do sindicato.
Ferrari ainda diz que já na semana anterior foi solicitado esclarecimento à Secretaria de Saúde de Cascavel. Através da assessoria de imprensa, o secretário Nadir Willi afirmou que já tomou conhecimento da reclamação e que estaria levantando informações e verificando o problema, antes de atender a imprensa. Willi ficou de comentar o assunto com a reportagem até, no máximo, amanhã.