Uma cirurgia neurológica para retirada de um tumor benigno no canal auditivo – situado atrás do ouvido e conhecido como neurinoma do acústico – foi transmitida ao vivo ontem pelo Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), referência latino-americana para esse tipo de procedimento. A cirurgia fez parte do II Curso Teórico-Prático sobre Schwannoma Vestibular Neurinoma do Acústico, realizado na capital.

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A cirurgia serviu de aprimoramento educacional para que os médicos aprendessem a diagnosticar esse tipo de tumor. Durante o procedimento, os participantes do curso puderam tirar dúvidas sobre o processo operatório.

O tumor, considerado raro, se não tratado tem tendência ao crescimento e pode levar o paciente à morte. Além da retirada do tumor, a cirurgia tem o objetivo de preservar a audição e a mobilidade da face do paciente. “O tumor é difícil de ser removido e requer específico preparo cirúrgico”, explica o chefe do Departamento de Neurocirurgia do INC, Ricardo Ramina. O sucesso do procedimento depende do tamanho do tumor, da técnica microcirúrgica e da monitoração intra-operatória.

Sintomas

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Átila Alberti
Ramina: “Recebemos pacientes da Argentina, Bolívia, Peru e outros países”.

Podendo aparecer tanto em adolescentes como em adultos, o tumor apresenta como sintomas iniciais alteração na audição, geralmente em apenas um ouvido, e zumbido, segundo Ramina. “Esses sintomas levam a uma maior demora para procurar tratamento. E muitas vezes o paciente inicialmente recebe diagnóstico errado”, afirma.

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No Brasil, além do INC, dois centros do Rio de Janeiro e São Paulo realizam a cirurgia do neurinoma do acústico (schwannoma do nervo vestibular). “A procura aqui é freqüente. Recebemos pacientes da Argentina, Bolívia, Peru e outros países da América Latina”, exemplifica o cirurgião. Esse tipo de tumor responde por 10% de todas as ocorrências de tumores cerebrais. Das 950 neurocirurgias realizadas pelo INC anualmente, aproximadamente 50 são do neurinoma do acústico.