Planos de saúde

Médicos conveniados irão suspender atendimento hoje

Médicos conveniados de planos de saúde vão fazer uma paralisação nesta quarta-feira (21), deixando de atender durante todo o dia. O protesto acontece em 23 estados brasileiros, para chamar a atenção das operadoras sobre a campanha da categoria, que acontece desde o dia 7 de abril, quando também houve suspensão dos atendimentos.

As principais reivindicações da categoria são o reajuste dos honorários médicos, a revisão e regularização dos contratos assinados com as operadoras e fim das interferências na autonomia do médico, como recusar ou dificultar exames ou internações. Os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos. Consultas ou exames marcados para esta data serão reagendados.

De acordo com os médicos, as negociações pouco avançaram depois da suspensão dos atendimentos em abril e a intenção da mobilização é fazer um alerta aos planos de saúde.

“As operadoras ofereceram uma proposta muito aquém do que reivindica a classe médica”, afirma João Carlos Baracho, presidente eleito da Associação Médica do Paraná (AMP).

Baracho diz que os médicos sofrem com defasagem nos honorários, com reajustes acumulados que chegam a 150%. Segundo ele, em 2007, os planos pagavam em média R$ 37 por consulta e hoje o valor médio é R$ 40. A categoria pede que a consulta fique entre R$ 80 e R$ 100. “Também queremos cláusulas claras de reajuste anual”, completa o presidente da AMP.

O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná, Carlos Roberto Goytacaz da Rocha, considera que a paralisação não diz respeito somente aos honorários, mas também à dignidade da profissão.

Dados apresentados pela classe mostram que o faturamento das operadoras no primeiro trimestre do ano foi de R$18,4 bilhões, 3,8% a mais que no mesmo período de 2010.

A categoria diz que a mobilização busca também uma melhoria de atendimento para a população, que é diretamente afetada com a situação. “Do jeito que está, os médicos tem que fazer consultas com menos tempo. Esse tipo de atendimento não é o ideal nem o que desejamos. Buscamos uma saúde minimamente digna”, diz Darley Rugeri Wollmann, secretário-geral do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar).

 

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