As entidades que representam a classe médica paranaense realizaram manifestações nesta terça-feira (25), dentro de uma mobilização nacional em defesa de uma saúde pública de qualidade.
Os médicos querem melhores condições de trabalho, mais investimento para o Sistema Único de Saúde (SUS) e melhor remuneração, com a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).
Um médico recebe hoje R$ 2,50 por uma consulta geral e R$ 7,50 por uma consulta especializada. Os médidos defendem também a implantação de um plano de carreira para os profissionais que atuam na saúde pública.
No Paraná não houve paralisação de atendimento pelo SUS, como ocorreu em outros estados brasileiros. Representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), da Associação Médica (AMP) e do Sindicato dos Médicos (Simepar) alertaram a população sobre o problema por meio de uma panfletagem na Boca Maldita, no centro de Curitiba.
“Não somos contra o SUS. O que queremos é um SUS que dê a assistência que a população merece. Nossa reivindicação é por melhores condições de trabalho, para que haja condição de dar assistência”, comentou o presidente do CRM-PR, Carlos Roberto Goytacaz Rocha.
De acordo com ele, a luta por um SUS melhor já acontece há 15 anos. “Esperamos que a presidente Dilma Rousseff tenha uma maior sensibilidade para esta situação”, avalia.
O presidente do CRM-PR lembra que a Emenda 29, que determina a distribuição dos recursos para a saúde nas três esferas de governo, injetaria R$ 31 bilhões a mais no setor neste ano se já estivesse regulamentada.
A Emenda 29 estabelece que os municípios devem investir em saúde 15% da arrecadação de impostos; estados, 12%. O governo federal deveria aplicar 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente da AMP, João Carlos Baracho, explica que o plano de carreira e salários para os médicos ajudaria a fixar os profissionais na saúde pública. O mesmo aconteceria com os concursos públicos.
Ele cita que atualmente ocorrem muitas contratações de médicos por meio de outras entidades para atuar no SUS. “É necessário um valor que dê condições para o profissional estudar, prestar um bom atendimento, e não precisar de três, quatro empregos para poder se manter”, esclarece.
José Ferreira Lopes, diretor do Simepar, revela que a população só tem a ganhar a partir da valorização das condições de trabalho dos médicos. “Qualquer trabalho hoje paga mais do que os R$ 2,50 por consulta que os médicos recebem pelo SUS”, opina o diretor, ressaltando a importância do plano de carreira para os médicos da saúde pública.