Os médicos do Paraná ameaçam cruzar os braços por tempo indeterminado em paralisação geral que atingiria não apenas o serviço público, mas também os planos de saúde e atendimento particular. O indicativo de greve foi aprovado em assembleia que lotou o auditório da Associação Médica do Paraná (AMP), na noite da última terça-feira (16), com presença de 400 profissionais e acompanhada por mais 700 na transmissão online. Estudantes de Medicina também participaram. Houve apenas um voto contrário.

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A reunião foi convocada pelas entidades médicas do Estado – além da AMP, Conselho Regional de Medicina (CRM) e Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) – para decidir o posicionamento contra as últimas medidas do governo federal que afetam a categoria. A pauta pede a derrubada do veto ao Ato Médico (Lei 12.842) e da MP 621 (que institui o programa Mais Médicos), além de reivindicar a criação de plano de carreira para os médicos do SUS e defender a destinação de 10% do orçamento da União para a saúde.

Ontem, em Brasília, a orientação das entidades médicas nacionais – Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação dos Médicos do Brasil (AMB) – foi que os profissionais paralisem as atividades nos dias 23, 30 e 31 de julho. Os médicos do Paraná convocaram nova assembleia para segunda-feira, quando decidirão se mantêm a greve geral por tempo indeterminado ou aderem à sugestão nacional de três paralisações.

Na reunião de ontem, em Brasília, os médicos também decidiram se retirar de todas as comissões médicas nas quais participam com o governo. “O governo federal tomou medidas autoritárias e chegou ao limite da agressão à classe médica brasileira, que está a favor da medicina de boa qualidade. Não queremos uma medicina de segunda classe, sem revalidação de diplomas, importação de médicos e contratação de mão de obra barata sem contrato, o que precariza o serviço e vai destruir a saúde do País, com fins eleitorais”, avalia Darley Wollmann secretário-geral do Simepar, que participou das discussões em Brasília. Para ele, o problema do setor é a falta de recursos e gestão. “O que estão propondo é só remendo e as entidades médicas não foram ouvidas”, arremata.

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