O hábito de ouvir música alta em fones de ouvido e em baladas ainda pode custar caro aos jovens de hoje. Estes estão entre os principais agentes que atualmente causam danos nas células sensórias da audição. Desta forma, somados ao trânsito e ao descuido em ambientes de trabalho com grande intensidade sonora, são os principais motivos de ensurdecimento precoce entre as gerações mais novas.

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A otorrinolaringologista e médica do Hospital de Clínicas (HC), Rita de Cássia Cassou Guimarães, explica que, ao ter as células sensoriais da audição danificadas, a pessoa vai perdendo a capacidade de ouvir sons agudos. “Como a perda acontece de forma gradual, as pessoas acabam não percebendo, mas como o mundo está cada vez mais sonoro, até mesmo as crianças estão expostas desde cedo e os problemas começam a aparecer antes”, comenta.

De acordo com ela, o limite para uma longa exposição é de 85 decibéis. Em baladas ou até mesmo em fones de ouvido, a intensidade chega a níveis muito mais altos, a partir de 100 decibéis. “É por isso que os fones têm que ser usados com cuidado. O ideal é que o volume não chegue ao máximo, ficando em apenas 60% de sua capacidade. O tempo de utilização também não deve passar de uma hora e, depois disso, ainda é necessário um repouso acústico de pelo menos uma hora também”, orienta.

No caso das baladas, a recomendação em relação ao tempo de exposição é a mesma. Outra orientação é evitar ficar muito perto das caixas de som. O primeiro sintoma de uma perda da audição é o zumbido. “Essa sensação, assim como a impressão de ouvido tampado, pode durar pouco tempo e é justamente por isso que as pessoas não dão a devida importância. No entanto, a qualquer sinal desses sintomas, o indicado é ir ao médico o quanto antes para fazer uma avaliação”, esclarece Rita. A médica ainda afirma que essa situação está causando, inclusive, uma antecipação do envelhecimento auditivo, que normalmente ocorre após os 50 anos.

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