Idade certa

Médicos afrimam que gravidez depois dos 35 anos pode trazer riscos

Faculdade, emprego, pós-graduação, comprar casa, carro, conseguir a estabilidade financeira. Estas são as preocupações que fazem com que muitos casais deixem para ter filhos cada vez mais tarde. A informação é confirmada pelos resultados preliminares dos Dados Sociais pesquisados pelo Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, o percentual de mulheres que tiveram filhos após os 30 anos subiu de 27,6% em 2000, para 31,3% no ano passado.

A espera muito longa, no entanto, pode trazer riscos para a mãe e para o bebê, alertam os especialistas do setor. O médico ginecologista do Hospital Nossa Senhora das Graças Edison Luiz de Almeida Tizzot afirma que, para a primeira gestação, a idade limite ideal seria de 34 anos. O médico afirmou que já ocorreram mudanças em relação ao conceito da idade ideal para primeira gestação. Por questões sociais, dificilmente se vê gestantes abaixo de 28 anos porque as mulheres terminam a faculdade, vão se casar e depois ter seus filhos. Essa idade é extremamente propícia para a gravidez. Mas, existem alguns limites estatísticos. Para o primeiro filho a idade limite é de 34 anos’, afirmou.

Tizzot explica que, depois dessa idade, há uma queda natural na fertilidade da mulher e consequente dificuldade para engravidar. Após os 38 anos existe também um risco maior de intercorrências clinicas para a gestante – como a hipertensão ou pressão alta na gravidez e diabetes gestacional. ‘O que hoje a mulher precisa saber é que com o avanço da medicina é possível propiciar gestações para mulheres de até 42 anos, mas não há como retirar estes riscos, tanto maternos quanto fetais’, alerta.

Mudanças

O diretor do Centro de Medicina Reprodutiva de Curitiba, Francisco Furtado Filho, afirma que mudanças nos hábitos das mulheres, como a ingestão de álcool e uso de cigarro, podem tornar ainda mais difícil a gravidez, principalmente após os 30 anos. ‘Você começa a ver mudanças comportamentais como o aumento do consumo de álcool e do uso de cigarros pelas mulheres do que se via anteriormente, o que comprovadamente são fatores que contribuem para reduzir a fertilidade e aumentam a chance de abortos’, explicou.

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