Utilizar a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) para a formação de médicos. Essa foi a principal discussão na abertura do 47.º Congresso Brasileiro de Educação Médica, que acontece até terça-feira em Curitiba. Os profissionais que vivem experiências dentro das unidades de saúde nos bairros e até mesmo nos hospitais de alta complexidade que atendem pelo SUS têm uma noção maior da realidade e das necessidades dos pacientes. No final do congresso, será produzida “A Carta de Curitiba”, documento que deve traçar as diretrizes para o SUS tornar-se efetivamente um campo de estágio e formação dos profissionais da área da saúde.

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A presidente do congresso, Patrícia Tempski, explica que o ensino médico está passando por uma mudança. Hoje, os estudantes de Medicina aprendem dentro de hospitais e têm uma formação muito especializada. “O século XXI exige um profissional diferente. Queremos um generalista, que seja capaz em atuar em tudo. No século XX, se olhava muito para a doença. Hoje, é preciso ver o homem doente, dentro de um cenário biopsicosocial”, comenta.

De acordo com ela, é possível alcançar esse patamar, desde que o SUS também desempenhe o papel de escola. “O estudante conhece a realidade. A experiência dá contexto ao seu aprendizado. O médico vai sair mais ético, mais humanizado e com uma visão integralizada do sistema. O SUS também precisa atuar como formação de recursos humanos”, afirma Tempski.

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