O secretário da Associação Comunitária Balneário Atami, neurologista Paulo Rogério M. de Bittencourt, adverte que há risco de epidemia de dengue no litoral do Paraná neste verão. Como executivo da Liga Internacional de Epilepsia durante mais de 15 anos, Bittencourt participou ativamente de esforços epidemiológicos internacionais. Ele informa que a dengue entrou no Brasil pelo Rio Amazonas, vinda do Peru, onde aportou de navios que chegavam da Ásia

“Os primeiros surtos do Brasil foram no início da década de 1990. Nestes mais de 10 anos a epidemia chegou à foz do Amazonas e foi descendo o litoral brasileiro, onde se instalou e virou uma endemia, que é quando a doença se instala em determinado lugar e permanece”, conta Rogério. É o caso do Rio e de várias cidades do Nordeste.

De acordo com o médico, no verão de 2001/2002 a dengue chegou à baixada santista. No interior, atingiu o Paraná. “É uma questão de tempo e a dengue entrará no sudeste paranaense, incluindo o litoral”, alerta Bittencourt. Segundo ele, por Iguape e Guaraqueçaba a rota dá direto em Paranaguá e Pontal.

Rogério diz que para complicar ainda mais, a Prefeitura de Pontal do Paraná está numa fase delicada, com poucas ações objetivas em andamento. “Cada secretaria de saúde municipal tem uma verba da Funasa para gastar com prevenção de dengue e outras endemias. Como é impossível evitar que pessoas contaminadas entrem no sudeste do Paraná, os esforços devem ser dirigidos para eliminar possíveis focos de disseminação do mosquito Aedes aegypti, o vetor da dengue”, avisa o médico. De acordo com ele, eliminar lixo de terrenos baldios, eliminar folhas caídas no chão que seguram água da chuva, esvaziar e cobrir piscinas que não estão com manutenção atualizada, são algumas das medidas que devem ser exigidas das prefeituras do litoral.

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