Se a pesquisa do professor Fábio Faucz, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), apresentar em novos testes os resultados que até agora indicaram, a festa do pessoal que toma remédio contra impotência foi para o brejo. De acordo com a pesquisa, estes remédios contêm elementos que ajudariam a desenvolver o câncer da próstata. E este pessoal ficaria com o dilema entre ter um pênis ereto eventualmente e correr o risco de desenvolver o câncer futuramente ou ficar com o aparelho reprodutor desanimado e viver mais.

continua após a publicidade

A pesquisa parte do princípio de que os medicamentos contra a impotência sexual masculina atuam sobre uma proteína chamada fosfodiesterase, diminuindo o seu funcionamento, artificialmente. O mesmo fenômeno ocorre com os pacientes com o câncer de próstata. Ou seja, tanto os medicamentos, quanto a doença produziriam o mesmo efeito na proteína.

O trabalho de Faucz em conjunto com a estudante Siliane Gantzel, ambos do curso de Biologia, atraiu a atenção de publicações e instituições. O estudo inédito nesta área foi publicado este ano pelo Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, da Stanford University, da Califórnia, além de ser uma das três pesquisas finalistas para vencer o Prêmio Saúde da Editora Abril deste ano, cujo resultado deve sair na próxima terça-feira, dia 29. É assunto sério e não mais um trabalho universitário interessante.

Teoria e prática

continua após a publicidade

Partindo de estudos com DNA de pacientes, o professor e pesquisador paranaense conseguiu estabelecer em laboratório uma ligação entre os medicamentos usados contra a disfunção erétil, também conhecida por impotência sexual (entre eles o Viagra) e uma predisposição maior para o câncer de próstata. Mas, quem toma estes medicamentos não devem entrar em pânico, ainda. A pesquisa está no inicio e por enquanto tudo está em teoria. O passo seguinte será trabalhar com uma cultura de tecidos de próstata in vitro submetidos à presença dos compostos destes medicamentos, para diagnosticar se a teoria se confirma.

Testes

continua após a publicidade

Caso as conclusões iniciais se confirmem, mais uma vez, o passo seguinte será desenvolver os testes em animais, para descobrir as reais consequências. Os animais, no caso, serão os cães, que já demonstraram serem mais suscetíveis a este tipo de câncer que os camundongos, por exemplo. Esta fase da pesquisa, de acordo com Faucz, está prevista para daqui a três anos, aproximadamente. Finalmente, mais uma vez confirmados os experimentos, o último passo será o de testes em humanos que desenvolveram o câncer de próstata.

Se tudo for confirmado, aí, então, haverá um diagnóstico mais completo do assunto e também serão apresentadas eventuais providências. Entre elas, a sugestão de acompanhamento por médicos dos grupos de pessoas mais suscetíveis de serem afetadas pelo problema.