A fim de dar suporte às 285 instituições de ensino superior que possuem menos de 500 alunos matriculados, nas regiões Centro-oeste e Sul do País, acontece hoje o segundo e último dia da oficina regional sobre avaliação institucional interna realizada pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo o coordenador-geral de estatística e cadastro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Jaime Giolo, as pequenas instituições não possuem experiência em auto-avaliação, diferente das grandes universidades, que em muitos casos já realizam-nas com freqüência. As instituições de ensino superior com menos de 500 alunos precisam entregar ao ministério seus planos de auto-avaliação até o dia 31 de agosto.

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Conforme o presidente da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), Hélgio Trindade, uma das metas da oficina é informar às comissões próprias de avaliação (CPAs) sobre os princípios do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), além de abordar temas como a responsabilidade social das instituições e as fases da avaliação. ?As instituições precisam estar integradas com a sua região.? Conforme ele, a auto-avaliação faz parte de um processo de avaliação do ensino superior, que envolve também avaliação externa das instituições, dos cursos e dos alunos.

Perfil das instituições

Trindade afirma que as pequenas instituições têm um perfil mais voltado ao ensino e à extensão, não desenvolvendo pós-graduação e fazendo pesquisa só excepcionalmente. Ele diz que elas devem expressar suas vocações, estabelecidas nos seus planos institucionais.

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Segundo Giolo, muitas das pequenas instituições de ensino superior têm surgido como iniciativas empresariais, sem a preocupação de buscarem um maior envolvimento acadêmico. Ele assinala também que as instituições que se localizam no interior dos estados enfrentam a dificuldade de encontrar professores com mestrado e doutorado. Para ele, mesmo quando há a possibilidade de contratar pessoas qualificadas há um limite financeiro para isso, pois os profissionais são mais caros. ?A lógica do setor privado é gastar o menos possível.?

Outro problema apontado por Giolo é a defasagem educacional dos alunos que muitas vezes ingressam nessas instituições. Segundo ele, o sistema de ensino básico não está funcionando bem e isso não seria um problema somente da expansão. Para ele, o problema é econômico e de desigualdade social. ?O ensino foi levado para uma classe marginalizada economicamente e com uma vivência cultural limitada, o que explica as dificuldades dos alunos.?

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Contudo, Giolo afirma que as pequenas instituições possuem um papel muito importante para a desconcentração do ensino superior no País. Para Giolo, as grandes instituições concentram ao seu redor grande quantidade de recursos humanos e financeiros. Ele explica que como grande parte dessas escolas atendem as regiões do interior, elas fazem com que as cidades melhorem de perfil tanto no plano educacional quanto no plano econômico.