Mau tempo gera cratera na BR-116

No início da madrugada de ontem, mais uma ponte localizada na BR-116, desta vez no km 33 da pista Curitiba-São Paulo, teve um trecho interditado, após o deslizamento de parte do aterro. O deslocamento de terra abriu um grande buraco no asfalto, forçando o fluxo em meia-pista na faixa da esquerda na estrutura que passa sobre o Rio Saltinho. Em janeiro, um acidente de proporções bem maiores provocou a queda de parte da ponte sobre o Rio Capivari, no km 44, ocasionando a morte de um caminhoneiro. As obras nesse trecho estão atrasadas.

Entretanto, como na ponte sobre o Rio Saltinho o problema foi mais ameno, provocando apenas um abcesso no asfalto. Ontem mesmo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) solucionou o problema com uma obra emergencial, favorecida pela ausência de chuvas durante todo o dia. Para fechar o buraco, foi feito um volume de rachão, de 4 metros quadrados de largura e 2 metros de profundidade. Além disso, foi aberta um vala lateral para o desvio da água, no caso de nova ocorrência de chuvas. ?O trecho estará normalizado e seguro para o feriado?, garantiu o engenheiro do DNIT-PR, Ronaldo Jares, que previa a normalização do fluxo para às 20h de ontem. Apesar disso, o engenheiro informou que na semana que vem será instalado um ?muro de gavião? na encosta. ?É uma contenção no pé do aterro. Uma precaução para evitar problemas futuros?, disse.

Providências

Em comum nos casos Saltinho e Capivari, além do agente causador dos deslizamentos ser a água das chuvas, está o péssimo estado de conservação das pontes, um problema que atinge grande parte dos trechos de BR que cortam o Paraná. Nem mesmo o grave acidente na ponte sobre o Rio Capivari serviu para sensibilizar a cúpula do DNIT em Brasília. O DNIT-PR continua esperando liberação de recursos para iniciar obras de urgências.

?Já foi encaminhado para Brasília um relatório com todos os aterros das cabeceiras que têm problemas. Solicitamos, mas a dificuldade é muito grande. E a gente fica aqui na ponte levando pancada?, disparou Jares, assegurando que o documento foi enviado em fevereiro. Ao todo são 124 pontes, nas BRs 116, 476 e Contorno Sul, que precisam de reparos imediatos.

Problema na ponte não foi surpresa

Nájia Furlan

O problema na ponte sobre o Rio Saltinho não chegou a surpreender, já que em março já havia sido feito um remendo em sua cabeceira. Dessa vez, o buraco reabriu ainda maior e acabou causando um acidente. Um caminhão de transporte de encomendas da empresa Reunidas não conseguindo desviar e acabou no barranco.

?Vinha na minha mão quando senti um impacto muito forte, por conta da erosão. Na saída fiquei sem controle e 50 metros depois bati no barranco. Não deu tempo de desviar. Acabou com a cabine?, lamentou o motorista Agnelo José de Araújo, de 70 anos. Na profissão há 47 anos, esse foi o primeiro acidente do motorista. Sobre a situação da ponte e da estrada que leva a São Paulo, ele alerta: ?Não é muito seguro porque tem uma erosão muito forte e a base e o asfalto estão muito fracos?.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que chegou no local por volta de 1h40, durante a ronda de rotina, o acidente teria ocorrido entre 1h30 e 1h35. A única medida foi fechar e sinalizar com cones apenas o lado da ponte em que estava o buraco. O trânsito passava normalmente pelo outro lado, mesmo as rachaduras sendo evidentes. Uma equipe de policiais fazia os veículos reduzirem a velocidade.

Por sorte, o tempo permaneceu seco por todo o dia, possibilitando a recuperação do trecho. Para resolver o impasse sobre o início da obra, o superintendente Tupy Reinhardt chegou ao local, por volta das 9h30, e foi direto. ?Tem de começar. Acabamos de decidir isso. Senão não conseguimos resolver?, afirmou. O pedido foi atendido e a obra começou no período da tarde. Segundo informação da assessoria de imprensa da PRF, a equipe de policiais deixaria o local às 20h, tão logo o trecho fosse liberado pelo DNIT-PR, mantendo o esquema de rondas habitual.

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