Um aditivo solúvel em água, que possui como matéria-prima um óleo vegetal, promete acabar com o mau cheiro de dejetos de porcos. O resultado da aplicação é a transformação do material em um biofertilizante. A experiência já foi aplicada no cerrado brasileiro, mas segundo o professor naturalista Rogério Fagundes Filho, pode ser adotada em qualquer região, independente do clima.
A pesquisa foi desenvolvida em quinze dias. Fagundes ressalta que o destino dos dejetos de porcos é a grande preocupação dos suinocultores, pois o material produz uma grande quantidade de DBO (demanda bioquímica de oxigênio). Em contato com a água, o material absorve o oxigênio, causando a morte de espécies. A utilização como adubo, comenta, também não é indicada, “pois o material é muito forte e pode causar danos à semente”.
O aditivo desenvolvido pelo professor – batizado de ADS 30 (aditivo dejeto suíno) – tem como base um óleo vegetal, que recebe outros componentes, que têm a função de provocar a quebra das moléculas. Na pesquisa, foram dissolvidos 30 ml de aditivo em 20 litros de água. A solução foi aplicada em 200 quilos de dejetos e o resultado, segundo o professor, foi quase instantâneo. “Desapareceu o mau cheiro e as moscas que se alimentam desse material”, relata. Após 40 minutos, acontece a fermentação, transformando os dejetos em um biofertilizante. Esse material foi aplicado em culturas de alface, e em 72 horas provocou o crescimento das plantas em até três centímetros.
Parcerias
De acordo com o professor, essa descoberta pode ser muito importante para regiões que concentram a suinocultura, como Toledo (PR) e Concórdia (SC), bem como para empresas que trabalham no setor. Ele conta que algumas chegam a importar produtos para amenizar o mau cheiro, mas nenhuma das soluções adotadas é completamente eficiente. A partir da comprovação dos resultados do aditivo, o professor espera contar com parcerias para melhorar e comprovar oficialmente a pesquisa. Ele adiantou que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) já manifestou interesse em trabalhar em conjunto. A idéia agora é que um instituto de pesquisa, como Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ou Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) faça os testes oficiais e divulgue os benefícios.