A menos de um mês do início das matrículas, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) ainda não sabe quantas escolas da rede estadual devem ser “cessadas”. Ontem, a secretária Ana Seres Trento Comin reiterou que 71 unidades escolares estão passando por uma análise técnica. Somente após esse estudo é que os colégios sob avaliação terão seu futuro definido.
As escolas que vierem a ser “cessadas” devem ficar fechadas por um período de dois anos e, se não houver nova demanda, serão extintas. “Nós vamos analisar caso a caso e, juntos, tomar uma decisão” disse a secretária, em entrevista coletiva.
A Seed não divulgou a lista das escolas analisadas nem o número de professores e alunos que elas abrangem. Ana Seres assegurou que “nenhum aluno vai ficar sem matrícula” e que os servidores de escolas que vierem a ser fechadas serão remanejadas. Apesar disso, ela assumiu que pode haver cortes de pessoal.
Das 71 unidades analisadas pela Seed, 31 são escolas de campo, 19 são destinadas à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e 21 funcionam em prédios alugados. Um dos principais fatores que colocaram esses colégios na lista é o número de salas ociosas.
Na segunda-feira, a superintendente Vanda Dolci Garcia havia estimado que, no máximo, 40 escolas seriam fechadas. Na coletiva de ontem, a secretária negou que os cortes estejam definidos, mas entendeu que o número de escolas cessadas deve girar perto do anunciado.
Protesto na secretaria
“Quem fecha escolas, abre prisões”. Esse é o mote defendido por professores e estudantes que se reuniram na manhã de ontem em frente à sede da Secretaria de Estado da Educação (Seed), na Vila Izabel, em Curitiba.
A visão da APP-Sindicato, que representa professores e servidores das escolas estaduais, é de que este número que já foi estimado em 71 e 150 instituições seja ainda maior, porque a secretaria não está levando em conta a dupla serventia de prédios escolares.
Segundo o sindicato, existe a possibilidade de que um mesmo imóvel possa abrigar uma escola pela manhã e outra no período da tarde, sem que sejam decretados oficialmente os fechamentos das unidades. “Este critério é ruim e vai na contramão de tudo o que o governo apresentou em suas propostas [anteriores]”, avalia Marlei Fernandes de Carvalho, secretária de Finanças da APP. “Escola nenhuma tem que ser fechada e vamos tentar reverter as decisões com muita mobilização”. (Da Redação)
