Valquir Aureliano / O Estado do Paraná |
Rizzi: cursos na área educacional estão entre os mais disputados. |
O número de alunos matriculados em cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) e latu sensu (especialização) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) quase quadruplicou nos últimos cinco anos. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) o panorama não é diferente. Na UFPR, de 1999 para 2004, o número de alunos inscritos em mestrado e doutorado subiu de 1.274 para 4.100. No caso das especializações, o aumento foi maior, de 1.977 para 8.265. Na PUCPR, os alunos dos cursos de mestrado e doutorado subiram de 600 para mais de 3 mil e de 120 para cerca de mil, quando se trata das especializações.
As exigências do mercado de trabalho estão crescendo e, para não perder uma oportunidade de conseguir um emprego, profissionais das mais diversas áreas buscam novos conhecimentos. “Para competir no mercado atual, as pessoas têm que mostrar um diferencial. Seja mestrado, doutorado ou especialização, o crescimento da procura pelos cursos deixa evidente a importância do trabalho realizado pelas universidades”, diz o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPR, Nivaldo Rizzi.
De acordo com Nivaldo, o setor de Ciências Sociais Aplicadas é o principal alvo dos profissionais que buscam uma especialização, seja em economia, administração ou contabilidade. No caso do mestrado e doutorado, explica o pró-reitor, a área educacional leva vantagem em relação aos demais cursos oferecidos. “A classe dos professores está em constante processo de renovação e quem apresenta um diferencial se destaca. Sem dúvida, eles aparecem em grande número na pós-graduação”, conta. No ano passado, 400 candidatos disputaram 53 vagas de pós-graduação stricto sensu para educação.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCPR, Flávio Bortolozzi, destaca que é essencial a conclusão de um mestrado, doutorado ou especialização. Ainda mais com a disputa existente no mercado de trabalho. “Aumentou muito a demanda de pessoas procurando a pós-graduação. Um simples diploma não é garantia de bom emprego. Assim como em outros países, é necessário adquirir conhecimento cada vez mais especializado”, disse.
Flávio também contou que durante uma viagem para a Índia, em 2002, visitou uma empresa de informática, com cerca de 16 mil funcionários. Do total de trabalhadores, cerca de 2,5 mil tinham doutorado na área, aproximadamente 16%. Na mesma época, em todo o Brasil, o número de doutores em informática era de 1.050. “Uma fábrica tinha mais doutores do que um país inteiro. É impressionante, mas podemos observar que com um profissional mais qualificado, o desenvolvimento de uma empresa é real. Isso serve para qualquer área, e é uma tendência que está ocorrendo aqui”, completou. Na PUCPR, os cursos mais procurados são os das áreas de direito, administração e da saúde.
O coordenador de marketing da Fundação Getúlio Vargas em Curitiba, Alexandre Teixeira, também ressalta o crescimento na procura pela especialização. A FGV está em Curitiba há oito anos, e, segundo Alexandre, todos os cursos oferecidos pela instituição estão tendo uma enorme demanda. “O profissional tem que estar à frente do que a empresa necessita. Se preparando com eficiência, a garantia de crescimento é enorme”, indica.