Maternidade Santa Felicidade é o símbolo do abandono

Paredes pichadas, portas destruídas, vidros quebrados, garrafas de bebidas alcoólicas espalhadas pelo chão, móveis queimados e muito lixo. Esse é o cenário encontrado no Hospital e Maternidade Santa Felicidade, localizado no bairro de mesmo nome, na Rua Sebastião Braganholo. O prédio, que pertence à Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (SEB), mantenedora do Hospital Evangélico, está abandonado há mais de dez anos e o atual estado tem gerado insegurança entre os moradores da região.

Com os portões arrombados, andarilhos da região invadiram o prédio. A fachada está completamente destruída, com muros e paredes pichadas. Na área interna, o local serve de moradia para mendigos e mocó para usuários de drogas. Nos corredores, há muito entulho e móveis destruídos e um dos leitos foi até incendiado pelos vândalos.

Segundo Juliana Freitas, que é enfermeira em uma clínica veterinária localizada em frente ao prédio do antigo hospital, a situação do prédio gera medo entre moradores, trabalhadores e clientes. “Estamos aqui nesse endereço há pouco mais de três anos e a situação sempre foi essa. Tudo destruído e é um entra e sai de maloqueiro durante todo o dia. Isso assusta toda a vizinhança e os nossos clientes também, que sempre têm que ficar de olho antes de descer do carro”, diz.

O engenheiro Paulo Romão, morador da região há mais de 20 anos, conta que antes de ser fechado, o Hospital e Maternidade Santa Felicidade atendia toda a população do bairro e das cidades de Campo Magro e Campo Largo. “Mais de anos se passaram e nada foi feito com o prédio. Colocam umas grades, mas nada impede a ação dos marginais. É uma pena, porque esse hospital recebia muita gente aqui do bairro e dos municípios próximos”, lamenta.

Demolição

Por meio de nota, a SEB informa que já pediu à prefeitura autorização para demolição do antigo prédio da maternidade de Santa Felicidade. O texto ainda diz que será firmado um convênio com o Ministério da Saúde para a construção de uma unidade de atendimento a pacientes oncológicos no local.

Gerson Klaina
Há muito entulho, pichações, móveis e estruturas destruídas.