Maternidade de Paranavaí pode fechar as portas

A maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Paranavaí, na região Noroeste do Estado, está com dificuldades para prestar o atendimento. Os médicos que trabalham nesse setor da instituição estão reivindicando um aumento no repasse da verba feita pela Prefeitura, que hoje gira em torno de R$ 15 mil mensais. Com esse recurso, os médicos estariam recebendo uma média de R$ 800 mensais. Caso o impasse não seja solucionado, a maternidade corre o risco de ser fechada no começo da próxima semana.

Dois profissionais já pediram demissão e deixaram de atender aos pacientes da Santa Casa. No momento, apenas dois médicos ainda estão realizando os procedimentos de urgência e emergência. Essas despesas estão sendo bancadas pelo próprio hospital. Cerca de 120 partos são feitos por mês na instituição, que também atende à população de outras cidades da região. “O atendimento está garantido até segunda-feira, mas depois disso não sabemos se os profissionais vão continuar com os trabalhos no hospital”, explicou o diretor clínico da Santa Casa, Otávio Siqueira.

O diretor informou ainda que um dos profissionais que ainda presta os atendimentos já emitiu a carta de demissão. “É uma situação complicada, mas aguardamos um acordo antes que a população sofra com essa indefinição”, completou.

Ontem pela manhã, durante uma reunião entre a direção do hospital, o promotor público Pedro Ivo Andrade, os médicos e a Prefeitura, nenhuma solução foi encontrada. De acordo com o prefeito de Paranavaí, Deusdete Ferreira Cerqueira, os 15% de recursos destinados para a saúde no município já foram repassados e os valores já estão no limite: “Quase entramos numa solução, mas o promotor ficou de marcar outro encontro”, informou. “Nós fizemos o repasse, mas os profissionais querem um aumento de salário, o que não podemos fazer no momento, por causa da limitação do repasse para o setor.”

Sesa

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que está acompanhando a situação de Paranavaí, mas que não vai interferir no caso, por se tratar de uma questão entre os médicos e a prefeitura municipal. A Sesa está monitorando a construção do hospital regional, também em Paranavaí, que depois de pronto será cedido à Santa Casa. Cerca de R$ 2 milhões foram destinados para o obra.

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