Nesta segunda-feira (24) marca-se o Dia Internacional da Tuberculose. Por causa disso, durante toda essa semana os maringaenses poderão ter acesso a diversas ações de consientização e prevenção à doença.
De acordo com a Secretaria da Saúde de Maringá, o objetivo é mobilizar as Unidades Básicas e o Programa Saúde da Família para alcançar as metas internacionais estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de diagnosticar 70% dos portadores da doença e alcançar cura de 85% dos casos diagnosticados.
Dados apontam que em 2007, Maringá obteve avanço na cura dos casos diagnosticados. Durante 2006 foram registrados 66 casos com uma média de 65% de cura, enquanto no ano passado o número de pacientes com o diagnóstico da doença foi de 79 casos e uma média de cura de 78,4%.
Para a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Maringá, Janete Veltrini Fonzar, os resultados só não são maiores porque alguns pacientes são andarilhos ou detentos, que deixam a cidade e não informam o destino. O esforço local em identificar e tratar a tuberculose faz parte de uma campanha mundial desencadeada pela OMS, que há uma década declarou estado de emergência para a doença. Dados da entidade apontam que a tuberculose é a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos, vitimando 2 milhões de pessoas ao ano em todo mundo. No mesmo período pelo menos 8 milhões de pessoas apresentarão algum sintoma da doença.
Atualmente o Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. São pelo menos 50 milhões de infectados, cerca de 116 mil casos novos e 6 mil mortes por ano no país. A doença é considerada um sério problema de saúde pública, ligada diretamente à pobreza e à má distribuição de renda, apesar de atingir pessoas de todas as classes sociais, em especial usuários de drogas injetáveis e portadores do vírus HIV.
O Contágio
Transmitida pela saliva através da fala, tosse ou espirro, a tuberculose é tratada exclusivamente pelo sistema público de saúde. O sucesso no tratamento está diretamente ligado ao diagnóstico precoce, o que impede também a disseminação da doença entre as pessoas que convivem com o portador. Outro ponto importante, destaca Janete, é o acompanhamento do paciente por parte dos agentes de saúde e de familiares. Seja para medir a evolução do tratamento, ou para evitar que o paciente abandone os medicamentos.
Conforme dados do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, em torno de 8% dos portadores da doença abandonam o tratamento, média que pode chegar a 40% em determinadas localidades. O abandono eleva a taxa de resistência aos medicamentos e pode apresentar formas mais graves da doença. Além disso atualmente são detectados bacilos mais resistentes, que precisam de um acompanhamento mais rigoroso.
Os Sintomas
O secretário da Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, alerta sobre os sintomas mais comuns para identificar a doença, como a tosse persistente durante mais de três semanas, febre vespertina, emagrecimento e em alguns casos suor noturno, cansaço, dor no peito e escarro com sangue. A pessoa com alguns desses sintomas deve buscar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde imediatamente, e se necessário iniciar o tratamento o quanto antes. Ele destaca ainda que o tratamento é gratuito.
Durante esta semana, informa Nardi, os agentes estarão orientando todos os pacientes que procurarem as Unidades Básicas de Saúde ou atendidos pelo Programa Saúde da Família sobre a tuberculose. As atividades de atenção a outras doenças também vão abordar a importância do diagnóstico e do tratamento precoce da tuberculose.