Um mapeamento divulgado, na semana passada, pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), coloca duas cidades do Paraná entre as que mais possuem veículos por pessoas para cada 100 habitantes: Maringá, noroeste do Estado, está em terceiro lugar, com 68,5, e Curitiba em sexto, com 65,4. A capital paranaense é ainda a segunda colocada em número de carros por pessoa em cidades com população acima de 100 mil habitantes: 46,8 automóveis a cada 100 moradores.

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Para a coordenadora do núcleo de Psicologia do Trânsito da UFPR, Iara Thielen, a facilidade para se comprar um carro fez com que estas cidades se destacassem no levantamento. “Com preços atraentes e prestações a perder de vista, muita gente trocou os coletivos pelo automóvel. O carro acabou virando um sinônimo de liberdade e independência, pois o usuário pode ir e vir sem depender de terceiros”, conta.

De acordo com o pesquisador e coordenador do projeto Ciclovida da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Carlos Assunção Belotto, os números mostrados sugerem que deve haver um planejamento urgente para que o trânsito curitibano não fique caótico. “Em face desta situação, devemos criar alternativas viáveis para não piorar o fluxo de veículos em nossas ruas. Temos pouco espaço para que as ruas cresçam e isso não seria uma solução definitiva, mas sim paliativa. As soluções mais viáveis são o de incentivar o uso de bicicletas e melhoria do sistema público de transporte”. Entretanto, para que isso ocorra, o pesquisador diz que é necessária uma infraestrutura para dar conta da demanda.

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